
Dominar o uso correto dos pronomes oblíquos é fundamental para quem almeja um bom desempenho em provas de concursos públicos e deseja escrever com clareza, concisão e adequação à norma-padrão da língua portuguesa.
Embora sejam elementos frequentes na comunicação, o uso dos pronomes oblíquos ainda gera dúvidas quanto à sua forma, colocação e aplicabilidade, especialmente em contextos formais. Neste guia, exploraremos os diferentes tipos de pronomes oblíquos, suas regras de uso, posicionamento nas frases e os principais erros a serem evitados.
Tipos de pronomes oblíquos
Os pronomes oblíquos, em geral, substituem termos que desempenham a função de complementos na oração. Eles se dividem em átonos e tônicos (de acordo com sua tonicidade) e relação com os verbos.
Pronomes oblíquos átonos: não são precedidos de preposição e se ligam diretamente ao verbo. São eles:
- 1ª pessoa do singular: me
- 2ª pessoa do singular: te
- 3ª pessoa do singular: o, a, se, lhe
- 1ª pessoa do plural: nos
- 2ª pessoa do plural: vos
- 3ª pessoa do plural: os, as, se, lhes
Pronomes oblíquos tônicos: são precedidos de preposição e não se ligam diretamente ao verbo. Exercem, em sua maioria, função de complemento regido por preposição. São eles:
- 1ª pessoa do singular: mim, comigo
- 2ª pessoa do singular: ti, contigo
- 3ª pessoa do singular: si, consigo, ele, ela
- 1ª pessoa do plural: nós, conosco
- 2ª pessoa do plural: vós, convosco
- 3ª pessoa do plural: si, consigo, eles, elas
O uso correto dos pronomes oblíquos é fundamental para garantir a clareza das construções linguísticas. Saber diferenciá-los entre átonos e tônicos permite empregar cada um conforme a função que exercem na oração, seja como complemento direto ou indireto, isto é, com ou sem preposição.
Além de demonstrar domínio da norma culta, o uso adequado desses pronomes contribui para a fluidez e a elegância do texto, evitando repetições e promovendo uma comunicação mais precisa e natural.
Quando usar os pronomes oblíquos?
O uso dos pronomes oblíquos está diretamente ligado à função sintática que o termo exerce na oração. Quando o pronome substitui o objeto direto ou indireto de um verbo, seu uso é necessário. A escolha entre a forma átona ou tônica dependerá da estrutura da frase e da regência verbal.
A forma átona é utilizada sem preposição e geralmente se posiciona junto ao verbo. Já a forma tônica sempre exige preposição e é usada quando há necessidade de reforçar ou esclarecer a ideia expressa pelo verbo, especialmente quando a regência verbal requer essa preposição.
O uso adequado desses pronomes contribui para a coesão do texto e evita repetições desnecessárias.
Pronomes oblíquos átonos: regras de uso
Os pronomes átonos têm regras específicas de colocação, que dependem da presença de determinadas palavras na oração e do estilo formal ou informal do texto. Eles podem ser usados em três posições diferentes em relação ao verbo:
- Próclise: o pronome é colocado antes do verbo. Essa posição é obrigatória quando há palavras atrativas que antecedem o verbo, como advérbios, pronomes relativos, pronomes indefinidos, conjunções subordinativas e palavras negativas.
- Mesóclise: o pronome é inserido no meio do verbo. Essa posição é usada apenas com verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo e quando não há palavras atrativas.
- Ênclise: o pronome é posicionado após o verbo. É a forma preferida no início das orações ou quando não há palavras atrativas.
Além disso, alguns cuidados devem ser tomados com a forma do pronome que será usada. Por exemplo, os pronomes o, a, os, as se transformam em lo, la, los, las quando o verbo termina em -r, -s ou -z (o que exige a perda da consoante final e o uso do hífen).
Pronomes oblíquos tônicos: quando usar e como diferenciar
Os pronomes tônicos são utilizados quando a preposição é exigida pela regência do verbo ou quando se deseja dar ênfase ao complemento verbal. Eles geralmente aparecem após preposições como a, de, para, com, sem, entre outras.
São formas independentes e não se ligam diretamente ao verbo. Um erro comum é confundir o uso de pronomes tônicos com o das formas retas, especialmente na tentativa de construir frases como “entre eu e você”, o correto seria “entre mim e você”.
Outro aspecto importante é diferenciar os usos de “mim” e “eu”: o primeiro não pode desempenhar a função de sujeito. Por isso, dizer “Mim fez isso” é inadequado; o correto seria “Eu fiz isso”.
Da mesma forma, é necessário atenção com expressões como “para mim fazer”, que também estão incorretas. O certo é: “para eu fazer”, pois nesse caso o pronome está antes de um verbo no infinitivo, exercendo a função de sujeito.
Uso dos pronomes oblíquos com verbos
Os pronomes oblíquos átonos e tônicos funcionam, em geral, como complementos de verbos transitivos.
Há também os casos em que o verbo admite complemento direto e indireto ao mesmo tempo. Nesses casos, podem-se usar dois pronomes, desde que respeitadas as regras de colocação.
Outro ponto importante é a obrigatoriedade de adaptar os pronomes “o(s)” e “a(s)” quando são precedidos de verbos terminados em r, s ou z, como já mencionado.
Erros comuns ao usar pronomes oblíquos
Muitos equívocos ocorrem por conta da tentativa de imitar a linguagem oral no registro formal. Entre os erros mais frequentes, destacam-se:
- Uso de pronomes retos no lugar de oblíquos, como em “Entregaram para eu” (o correto é: “Entregaram para mim”).
- Colocação inadequada do pronome átono, como em “Me disseram a verdade” no início da frase (o adequado, nesse caso formal, seria “Disseram-me a verdade” ou “Não me disseram a verdade”, com próclise se houver palavra atrativa).
- Emprego de “mim” como sujeito, como em “Mim vou embora” (forma incorreta).
- Desatenção às adaptações dos pronomes com verbos terminados em consoante que exige modificação do pronome (como entregar + o = entregá-lo).
Evitar esses deslizes é fundamental para demonstrar domínio da norma culta, habilidade valorizada em redações de concursos públicos.
O uso dos pronomes oblíquos é um componente essencial da construção textual em língua portuguesa. Saber quando e como utilizá-los corretamente demonstra domínio gramatical, facilita a clareza na comunicação e confere maior formalidade ao texto, atributos indispensáveis para quem se prepara para concursos públicos.
Compreender a diferença entre as formas átonas e tônicas, reconhecer as exigências da regência verbal e aplicar corretamente as regras de colocação pronominal são passos fundamentais para evitar erros e elevar o nível da escrita.
Mais do que decorar regras, é importante compreender a lógica da estrutura sintática da língua e praticar com atenção. Com leitura constante, estudo direcionado e exercícios gramaticais bem conduzidos, o uso dos pronomes oblíquos deixará de ser um desafio e passará a ser um aliado na construção de textos coesos, corretos e eficazes.
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