Pronome relativo, o que é? Além de ser um requisito primordial que orienta a compreensão da morfologia nos estudos linguísticos, ele também é um tema de extrema relevância no contexto dos concursos públicos.
É nesse ponto que sua atenção merece ser redobrada! Como as bancas organizadoras adoram incluir questões sobre esse assunto em suas provas, um pequeno deslize nas questões relacionadas pode ser suficiente para eliminar os candidatos menos preparados.
Por esses e outros motivos, apresentamos um material completo que destacará a importância de dominar o conteúdo sobre pronomes relativos para aqueles que desejam alcançar excelência na resolução de suas provas.
Acompanhe até o final e tenha uma ótima leitura!
Quais são os pronomes relativos?
Se você ainda se pergunta “pronome relativo, o que é?”, calma que temos a resposta!
Vamos começar pela definição básica: os pronomes relativos se referem a um termo anterior chamado antecedente (um substantivo ou pronome substantivo). Dão início às orações adjetivas – restritivas ou explicativas -, tópico que vamos explorar mais adiante.
Aparecem como pronomes relativos:
– QUE, O QUAL (e flexões): quando o antecedente for coisa ou pessoa.
Exemplo: “Este é o homem que prendi.”
– QUEM: quando o antecedente for pessoa.; deve ser sempre antecedido de preposição.
Exemplo: “Este é o artista de quem falei.”
– ONDE: quando o antecedente indica lugar.
Exemplo: “Esta é a loja onde trabalho.”
– COMO: quando o antecedente forem as palavras “modo”, “maneira” e/ou “forma”.
Exemplo: “É admirável a forma como você perdoa.”
– QUANDO: quando o antecedente dá ideia de tempo.
Exemplo: “Foi a data quando tudo começou.”
– QUANTO: quando o antecedente dá ideia de quantidade.
Exemplo: “Ele é tudo quanto quero.”
– CUJO (e flexões): aparece entre dois substantivos indicando ideia de posse.
Exemplo: “É bom o livro cujo autor elogiaste.”
Vale lembrar que o estudo dos pronomes vai muito além dos pronomes relativos. Caso você esteja à procura de um conteúdo complementar, recomendamos que confira esse vídeo de colocação pronominal. Dê o play e aprenda definitivamente!
Pronomes relativos e preposições
Como falamos anteriormente, o pronome relativo dá início às orações adjetivas. Se, nessa oração, o verbo ou um nome exigir a preposição, esta será deslocada para antes do pronome relativo.
A correta utilização de preposições diante de pronomes relativos varia conforme a regência de verbos e nomes. Dentro desse contexto, o pronome relativo desempenha a função de complemento verbal ou nominal.
Exemplos:
A canção de que/da qual gosto foi premiada. (= eu gosto[de] da canção)
A canção com que/com a qual simpatizo foi premiada. (= eu simpatizo com a canção)
A mulher em quem pensas partiu ontem. (= tu pensas[em] na mulher)
Este é o livro a cujo autor aludi. (= aludi[a] ao autor)
A rua aonde queriam ir era deserta. (queriam ir a)
A rua donde vens é deserta. (vens de)
Observação: Os conectivos que aparecem como pronome relativo são: “que”, “o qual”, “a qual”, “os quais”, “as quais”, “quem”, “cujo(s)”, “cuja(s)”, “onde”, “como”, “quando” e “quanto”.
Regência do pronome relativo
Chegou a hora de aprender como funciona a regência verbal com o uso dos pronomes relativos. Afinal, para saber qual pronome empregar, você precisa saber a regência do verbo.
Vamos lá? Fique ligado(a) e aproveite esse conteúdo essencial para aprimorar seus conhecimentos linguísticos!
Uso de “onde”, “aonde”, “donde”
Umas das dúvidas mais comuns de quem se pergunta “pronome relativo, o que é?” é quanto ao uso de “onde”, “aonde”, “donde”.
Um truque para identificar qual vocábulo utilizar é fazer a pergunta: “Qual preposição é exigida na frase?” Assim, temos:
– Se a preposição solicitada for “em”, usa-se “onde”.
Exemplo: “O bairro onde moras é tranquilo.” (moras em)
– Se a preposição exigida for “a”, usa-se “aonde”.
Exemplo: “O bairro aonde vais é tranquilo.” (vais a)
– Se a preposição for “de”, usa-se “donde” ou “de onde”.
Exemplo: “O bairro donde vens é tranquilo.” (vens de)
Regência com pronomes “o” e “lhe”
Os pronomes “o(s)” e “a(s)” funcionam como complementos verbais, desempenhando o papel de objetos diretos ao substituírem complementos sem preposição.
Exemplo: “Não o convidamos já faz tempo.”
Quem convida, convida alguém (o, os/a, as), logo, convidar é verbo transitivo direto.
Por outro lado, os pronomes ‘lhe’ e ‘lhes’ atuam como objetos indiretos, substituindo complementos com preposição.
Exemplo: “Obedeça-lhe sem discutir.”
Quem obedece, obedece a alguém (lhe/lhes), logo, obedecer é verbo transitivo indireto.
Observações
Alguns verbos transitivos indiretos não admitem uso de “lhe”, empregando-se “a ele(s)”, “a ela(s)” como complemento.
Os principais são: aludir, aspirar, assistir (no sentido de presenciar, ver), anuir, desconfiar, gostar, recorrer, visar, etc. Esses verbos são exceções, mesmo sendo indiretos e requerendo preposição, não aceitam o “lhe”.
Exemplos:
“Obedeço ao professor.” (lhe / a ele)
“Assisto ao programa.” (a ele)
“Eu aspiro ao cargo público.” (a ele)
Verbos coordenados com transitividades diferentes ou verbos de mesma transitividade, mas que regem preposições distintas, não devem compartilhar o mesmo complemento.
Exemplo: “Vi e gostei do filme.” (frase errada)
Nesse caso, o que ocorre é que o verbo “ver” é transitivo direto e o “gostar”, indireto, portanto eles não podem compartilhar o mesmo complemento.
Exemplo: “Vi o filme e gostei dele.” (frase correta)
Função sintática do pronome relativo
Como concursando(a) não tem tempo a perder, vamos para a próxima etapa dos estudos: função sintática do pronome relativo.
Frequentemente, as bancas perguntam ao aluno sobre a função sintática do pronome relativo que inicia a oração adjetiva, podendo ser sujeito, objeto direto, complemento nominal, etc.
Para descobrir sua função, basta substituir o pronome relativo por seu antecedente e colocar a oração adjetiva na ordem direta.
Exemplo: “A verdade é tudo aquilo / que os políticos negam.” (= aquilo)
Organizando a frase: “Os políticos negam aquilo” (= objeto direto). Logo, o “que” será objeto direto.
Compreendemos que isso não parece tão simples. Se a análise sintática, por si só, já é um assunto complicado para o aluno, podemos imaginar o quanto pode parecer complexo ter que identificar a função sintática de palavras como “que”, “cujo” e outras.
Por isso, achamos melhor criar um passo a passo para ajudá-lo a chegar à classificação do pronome relativo, evitando confusão diante das diversas informações que, frequentemente, o período apresenta. Portanto, leia com atenção nossas orientações:
1. Isole a oração adjetiva.
2. Realce o pronome relativo presente na oração adjetiva, substituindo-o pelo seu antecedente na oração principal.
3. Reestruture a oração adjetiva na ordem direta (sujeito → verbo → complementos).
4. Não confunda a função sintática do pronome relativo com a função do seu antecedente na oração principal.
Esse guia deixou tudo mais claro, não é mesmo? Para mais exemplos e dicas de análise sintática, confira este artigo.
Agora é hora de aplicar os conceitos aprendidos até aqui nas questões de concurso. Vamos colocar em prática o conhecimento adquirido!
Pronome relativo, o que é? Aprenda com questões
Vamos treinar? Aproveite as questões a seguir, todas retiradas de provas de concurso recentes, para fixar a teoria e acabar de vez com a dúvida “pronome relativo, o que é?”.
Questão 1 – Pronomes relativos e preposições
(IBFC – 2023) Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas.
A decisão do juiz implicou ______ cancelamento do jogo. Ainda que nem todos concordassem ______ essa decisão, o resultado final favoreceu ______ time que havia marcado mais gols. Ninguém mais se interessou _______ impasse inicial.
A) em / por / ao / com.
B) o / a / pelo / a.
C) em / por / o / do.
D) o / com / o / pelo.
E) o / com / ao / do.
Comentários
Para responder a esta questão, devemos analisar os verbos nela presentes, “implicar”, “concordar”, “favorecer” e “interessar”, que são respectivamente transitivo direto, transitivo indireto (preposição “com”), transitivo indireto (preposição “a”) e transitivo indireto (preposição “por”).
Assim, a única alternativa correta é a letra D.
Questão 2 – Regência do pronome relativo
(FGV 2022) Assinale a opção abaixo em que houve troca indevida entre ONDE/AONDE.
A) Não olhe onde você caiu, mas onde você escorregou.
B) Eu odeio a realidade, mas é o único lugar aonde posso ir para comer um bife decente.
C) Nada está realmente perdido. Apenas está aonde não lhe pertence.
D) Onde livros são queimados, cedo ou tarde, homens serão queimados.
E) Não tema caminhar para o desconhecido. Onde há risco, há também recompensa.
Comentários
Vamos recapitular: relação ao uso de “onde” e “aonde”, se a preposição exigida for “em” usa-se “onde”; se a preposição exigida for “a”, usa-se “aonde”. Na letra C, o verbo “estar” pede preposição “em” (estar em algum lugar). Logo, o uso correto seria “onde”, e não “aonde”.
Gabarito: letra C.
Nas demais alternativas:
A)… você caiu EM…/ escorregou EM… (usa-se onde).
B)…posso ir A… (usa-se aonde).
D)… são queimados EM… (usa-se onde).
E)… há risco EM… (usa-se onde).
Questão 3 – Função sintática do pronome relativo
(CESPE/CEBRASPE 2022) Texto:
O trabalho é considerado algo central na vida dos sujeitos, ainda mais com o crescimento da expectativa de vida, sendo um mediador dos ciclos da existência dos trabalhadores. E algo que é considerado de extrema importância nesse contexto é o processo de aposentadoria. Nos últimos anos, a aposentadoria tornou-se um tema de grande relevância no estudo do planejamento de carreira.
Do ponto de vista etimológico, a palavra “aposentadoria” carrega em si uma dualidade de significados inerentes a esse fenômeno. Enquanto, por um lado, a aposentadoria remete à alegria e à liberdade, por outro, ela está associada à ideia de retirar-se aos seus aposentos, ao espaço de não trabalho, podendo ser frequente-mente associada ao abandono, à inatividade e à finitude.
Desse modo, a aposentadoria pode ser interpretada de duas formas: a positiva e a negativa. A interpretação positiva, que, de forma geral, se relaciona à noção de uma conquista ou de uma recompensa do trabalhador, destaca a aposentadoria como uma liberdade de o indivíduo gerenciar sua própria vida, de maneira a moldar sua rotina como preferir, investindo mais em atividades pessoais, sociais e familiares. A interpretação negativa, por sua vez, está vinculada a problemas financeiros, perda de status social, perda de amigos, sensação de inutilidade ou desocupação, entre outras situações. Além disso, com a expectativa negativa em relação à aposentadoria, surgem sentimentos de ansiedade, incertezas e inquietações sobre o futuro.
Aniéli Pires. Aposentadoria, suas perspectivas e as repercussões da pandemia. In: Revista Científica Semana Acadêmica, Fortaleza, n.º 000223, 2022. Internet: <semanaacademica.org.br> (com adaptações).
A oração “que, de forma geral, se relaciona à noção de uma conquista ou de uma recompensa do trabalhador”, no segundo período do terceiro parágrafo,
A) explica a expressão “a interpretação positiva”.
B) restringe o sentido da expressão “a interpretação positiva”.
C) complementa o substantivo “interpretação”.
D) está subordinada ao termo “aposentadoria”, no período anterior.
E) está coordenada à expressão “a interpretação positiva”.
Comentários
A presença do pronome relativo “que” já indica que essa oração é adjetiva. Observe que o pronome relativo retoma uma expressão anterior – nesse caso, “interpretação positiva”. Como esse conectivo vem antecedido de vírgula, caracteriza uma oração subordinada adjetiva explicativa.
Gabarito: letra A.
Dicas de onde encontrar mais questões de transitividade verbal
Se, mesmo após todo esse conteúdo, a pergunta “pronome relativo, o que é?” ainda persistir, recomendamos um estudo mais aprofundado sobre o tema.
E onde encontrar mais dicas de como identificar os pronomes relativos e suas aplicações? No livro de autoria da professora Adriana Figueiredo.
Conclusão
Agora você já pode eliminar a dúvida “Pronome relativo, o que é?” do seu repertório. Conseguimos sanar todas as suas dúvidas sobre o assunto? Esperamos que sim.
Vale enfatizar que o estudo das regras dos pronomes relativos vai além da mera memorização. O primeiro passo consiste em compreender a teoria para, em seguida, consolidá-la por meio de treinamento contínuo.
Ao seguir essas orientações, temos a convicção de que esse aprendizado contribuirá significativamente para o desenvolvimento de habilidades essenciais ao concurseiro, tornando-se um fator diferencial na busca pela tão almejada aprovação.
Gostou das dicas? Nosso blog oferece uma variedade de conteúdos completos, assim como este exemplo, sob a tutela da professora Adriana Figueiredo! Acesse agora mesmo e mantenha-se atualizado com nossas publicações.