Nada é melhor do que abordar questões sobre transitividade verbal para dominar o assunto por completo. Essa afirmação é verdadeira, já que praticar com exercícios ajuda a fixar o conteúdo, incorporando um novo aspecto linguístico ao nosso domínio.
Portanto, compreender a transitividade é essencial para compreender os pressupostos que interagem entre diferentes formas verbais. Em outras palavras, é entender quando um verbo específico requer complemento e quando ele, por si só, possui sentido completo.
Achou complicado? Não se preocupe! À medida que seus conhecimentos são aprimorados, com vistas principalmente a aperfeiçoar sua competência linguística, você descobrirá que essa concepção é, na verdade, bastante simples.
Estão prontos para embarcar na leitura que transformará seus estudos? Então, vamos em frente!
O que é transitividade verbal? (Com exemplos)
A fim de compreendermos a transitividade verbal, é essencial que entendamos previamente o conceito de predicação verbal. Esta se refere à relação de dependência e de sentido entre o verbo e seus complementos (objeto direto ou indireto).
Em relação à predicação, os verbos podem ser classificados como intransitivos, transitivos ou de ligação. Os verbos transitivos e intransitivos geralmente expressam ação, fenômeno e movimento. Vamos ao detalhamento de cada um deles?
Antes de prosseguir, caso você queira aprofundar seus conhecimentos em predicação verbal, confira o vídeo que oferece orientações sobre as principais armadilhas desse assunto nas provas. Clique aqui e esteja preparado para evitar as pegadinhas!
Qual a diferença entre verbo transitivo direto e indireto? (E exemplos)
Verbo transitivo direto, indireto: afinal, qual é a diferença?
O verbo transitivo possui um sentido complementado por um termo chamado objeto. Dependendo do tipo de objeto que acompanha o verbo, ele pode ser classificado como transitivo direto ou indireto.
No caso do objeto direto, ele completa o verbo sem a necessidade de uma preposição obrigatória. Isso ocorre com verbos como “amar”, “ajudar”, “adorar”, “namorar” e muitos outros. Por exemplo: “Essa atitude implicou sua demissão.”
Nesse caso, o verbo “implicou” exige o objeto direto “sua demissão”, tornando-se um exemplo claro de verbo transitivo direto.
Já o objeto indireto, por sua vez, completa o verbo com uma preposição obrigatória. Isso acontece com verbos como “obedecer”, “desobedecer”, “aludir”, “anuir”, “referir-se” e outros semelhantes.
Por exemplo: “Obedece aos mais velhos.” Aqui, o verbo “obedecer” requer o uso da preposição “a” antes de “mais velhos”, sendo, portanto, classificado como verbo transitivo indireto.
Além disso, há casos em que um verbo pode exigir dois complementos, conhecidos como objeto direto e objeto indireto. Um dos complementos não requer o uso de preposição, enquanto o outro exige.
Isso acontece com verbos como “avisar”, “comunicar”, “certificar”, “informar”, “proibir”, entre outros. Por exemplo: “Comuniquei o ocorrido aos pais.” Nesse caso, o verbo “comuniquei” necessita de dois complementos: “o ocorrido” (objeto direto) e “aos pais” (objeto indireto).
Essa estrutura é conhecida como transitivo direto e indireto, onde um termo não requer preposição e o outro sim. É fundamental entender essa diferença para utilizar corretamente os verbos e seus complementos nas diversas situações da língua portuguesa.
O que é verbo intransitivo?
O verbo intransitivo é aquele que não necessita de um complemento (objeto) para completar o seu sentido. Nas frases com verbos intransitivos, podem aparecer adjuntos adverbiais e predicativos, mas não objetos.
Exemplos:
- O marido desapareceu entre as ruelas. (Adjunto adverbial de lugar: “entre as ruelas”)
- O rapaz chegou gravemente ferido ao hospital. (Predicativo do sujeito: “ferido”; Adjunto adverbial de lugar: “ao hospital”)
- Falei bastante ontem. (Adjunto adverbial de intensidade: “bastante”; Adjunto adnominal de tempo: “ontem”)
- Estudou bastante. (Adjunto adverbial de intensidade: “bastante”)
Assim, a gramática considera o verbo intransitivo como aquele que denota ação ou movimento e não exige complemento. É importante entender essa classificação para utilizar corretamente os verbos nas construções de frases em português.
Verbos de ligação: o que são e como identificá-los?
Os verbos de ligação são aqueles que estabelecem a união entre o sujeito e suas características ou atributos, também conhecidos como predicativos.
Diferentemente dos verbos transitivos e intransitivos, que denotam ação ou movimento, os verbos de ligação expressam uma ideia de estado. Geralmente, são os verbos ser, estar, ficar, parecer, continuar, achar-se, entre outros.
Exemplos:
- Eu sou feliz. (predicativo do sujeito: “feliz”)
- Estava cansado. (predicativo do sujeito: “cansado”)
- Ele acha-se triste. (predicativo do sujeito: “triste”)
Essencialmente, os verbos de ligação têm a função de conectar o sujeito às suas características, qualidades ou atributos (predicativo do sujeito).
Nas frases 1, 2 e 3, as palavras “feliz”, “cansado” e “triste” são adjetivos que caracterizam o sujeito, enquanto os verbos “ser”, “estar” e “achar-se” indicam o estado, classificando-os como verbos de ligação.
Questões de transitividade verbal com gabarito
Dentre as principais dificuldades enfrentadas pelos alunos que estudam questões de transitividade verbal, destacam-se: aplicar a teoria aprendida nas questões, organizar seus pensamentos e compreender o que é solicitado nos enunciados.
Para conquistar habilidade de decifrar o estilo das bancas examinadoras e superar o receio em relação às questões do tema, recomendamos praticar com provas recentes.
Portanto, convidamos você a responder às questões que selecionamos – temos certeza de que elas farão uma grande diferença em sua preparação. Estão prontos? Vamos em frente!
Questões de transitividade verbal – CONSULPLAN 2022
Texto para responder à questão.
Os valores relativos ao trabalho são apontados como fundamentais no desenvolvimento de estudos sobre a temática laboral, visto que eles revelam as preferências dos indivíduos (Dose, 1997). O conceito de valor do trabalho passou por intensa transformação quando comparado a outros conceitos da vida cotidiana (Lé-vy-leboyer, 1994). A pesquisa do grupo MOW (1987) identificou que as pessoas trabalham em busca de remuneração, reconhecimento social e relacionamento interpessoal e que os principais elementos considerados como importantes no ambiente de trabalho são: autonomia, organização, ambiente social agradável, liberdade e poder (Blanch, 2007). […]
Na área contábil, o recrutar pessoas que se encaixam nas expectativas dos empregadores da área parece ser um grande desafio (Holt, Burke Smalley & Jones, 2017; Almeida & Silva, 2018). As transformações significativas pelas quais o cenário contábil passou nas últimas décadas, aliadas a mudanças de padrões, aumento de regulamentação, inovações tecnológicas, concorrência virtual e stress laboral (Almeida, 2020) reforçam a necessidade de compreender se as novas gerações de estudantes estão se preparando para a realidade do trabalho profissional, assim como reforçam a necessidade de refletir se as empresas estão atentas às expectativas dos trabalhadores dessas gerações. […]
(Rayane Camila da Silva Sousahttps, Romualdo Douglas Colauto. REPeC – Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, ISSN 1981-8610, Brasília, v. 15, n. 4, art. 4, p. 450-466, out./dez. 2021. Disponível em: https://repec.emnuvens.com.br/repec/issue/view/111/54. Adaptado.)
Considerando os recursos linguísticos empregados, analise o trecho “Os valores relativos ao trabalho são apontados como fundamentais no desenvolvimento de estudos sobre a temática laboral, visto que eles revelam as preferências dos indivíduos. (Dose, 1997)” (1º§), assinale a afirmativa correta.
A) O termo “a” que antecede “temática laboral” possui a mesma classificação vista em relação ao termo “a” que constitui “ao” em “ao trabalho”.
B) Caso o termo regido por “relativos” fosse substituído por “pesquisas”, ocorreria mudança quanto à obrigatoriedade do emprego da preposição “a”.
C) Havendo o acréscimo de “aos pesquisadores” após “revelam as preferências dos indivíduos”, seria possível verificar a ocorrência da bitransitividade do verbo empregado no trecho referido: “revelam”
D) Uma possibilidade de reescrita de “revelam as preferências dos indivíduos” é “revelam, dos indivíduos, às preferências” havendo a intenção do enunciador de enfatizar “indivíduos” e não o que lhes é próprio.
Questões de transitividade verbal – CESPE/CEBRASPE 2022
Texto CG1A1-I
Em 721, um concílio romano presidido pelo papa Gregório II proibiu o casamento com uma commater, isto é, a madrinha de um filho, ou a mãe de um filho de quem se fosse padrinho. Isso levou o papado a se alinhar com a legislação promulgada, algumas décadas antes, em Bizâncio. A adoção marcadamente rápida desses princípios sugere que o clero franco já sustentava concepções similares. Isso é ilustrado por um caso curioso contado por um clérigo franco anônimo, em 727. Ele censurava a maneira traiçoeira pela qual a infame concubina Fredegunda havia conseguido se tornar a esposa legal do rei Quilpérico. Durante uma longa ausência do rei, ela persuadira sua rival, a rainha Audovera, a tornar-se madrinha da própria filha recém-nascida. Assim, a ingênua Audovera foi subitamente transformada na commater de seu próprio marido, impossibilitando qualquer relação conjugal posterior e deixando o caminho livre para Fredegunda.
Essa artimanha mostra que, poucos anos após o concílio romano de 721, o autor anônimo e seu público estavam bem familiarizados com os impedimentos derivados do parentesco espiritual. Não fosse o caso, seria impossível acusar Fredegunda de seu ardiloso truque. As cartas do missionário Bonifácio conferem testemunho adicional a esse fato. Em 735, ele perguntou ao bispo escocês Pethlem se era permitido que alguém se casasse com uma viúva que era mãe de seu afilhado. “Todos os padres da Gália e na terra dos francos afirmavam que isso era um pecado grave”, escreveu ele. Soava-lhe estranho, já que ele nunca ouvira falar nisso antes. A questão devia preocupá-lo porque, no mesmo ano, escreveu a respeito para dois outros clérigos anglo-saxões. Evidentemente, o missionário até então não estava familiarizado com esse impedimento ao casamento, embora o clero continental, a quem ele se dirigia, considerasse a questão muito grave.
Mayke De Jong, Nos limites do parentesco: legislação anti-incesto na Alta Idade Média ocidental (500-900). In: Jan Bremmer (Org.). De Safo a Sade. Momentos na história da sexualidade. Campinas: Papirus, 1995, p. 56-7 (com adaptações).
Em relação às estruturas morfossintáticas do texto CG1A1-I, julgue o próximo item.
No terceiro período do segundo parágrafo, a expressão “a esse fato” complementa o termo “adicional”.
( ) Certo
( ) Errado
Questões de transitividade verbal – FUMARC 2022
As relações estabelecidas entre o verbo e seu complemento (preposicionado ou não) podem alterar o significado da frase. A frase em que NÃO haverá mudança de sentido, caso a regência seja alterada, é:
A) Já chamaram os primeiros colocados.
B) O atirador visou o alvo do meio.
C) O candidato aspira à aprovação no concurso.
D) Todos esqueceram as ordens do líder da equipe.
Questões de transitividade verbal – VUNESP 2022
A frase do segundo parágrafo – … visitou lugares com os quais eu (…) ainda me limito a sonhar. – permanece em conformidade com a norma-padrão de regência verbal e com sentido compatível ao do texto original com o verbo destacado substituído por:
A)… visitou lugares nos quais eu (…) ainda me limito a almejar.
B)… visitou lugares dos quais eu (…) ainda me limito a pensar.
C)… visitou lugares os quais eu (…) ainda me limito a fantasiar.
D)… visitou lugares com os quais eu (…) ainda me limito a imaginar.
E)… visitou lugares dos quais eu (…) ainda me limito a idealizar.
Questões de transitividade verbal – AMEOSC I 2022
A forma verbal destacada em “Quando lhe PERGUNTARAM qual cachorro ganhava a briga” é classificada, no contexto em que foi empregada, quanto à sua transitividade (Regência Verbal) como sendo:
A) Transitiva indireta.
B) Transitiva direta e indireta.
C) Intransitiva.
D) Transitiva direta.
Questões de transitividade verbal – AMEOSC II 2022
Em “COLOQUEI nas prateleiras de baixo algumas lembranças da infância”, a forma verbal “COLOQUEI” é classificada, no contexto em que foi empregada, quanto à sua transitividade (Regência Verbal) como sendo:
A) Transitiva direta.
B) Transitiva direta e indireta.
C) Intransitiva.
D) Transitiva indireta.
Questão CONSULPLAN 2022 – Comentários e gabarito
Na opção C, o verbo “revelar” é utilizado apenas como transitivo direto, em que “as preferências dos indivíduos” funciona como objeto direto. No entanto, ao adicionar “aos pesquisadores”, o verbo se tornaria transitivo direto e indireto: “revelam as preferências dos indivíduos aos pesquisadores”.
Na opção A, ocorre o uso da preposição “a” na primeira ocorrência e do artigo “a” na segunda, referente a “temática”.
Na opção B, o adjetivo “relativos” requer a preposição “a”. Na troca de “ao trabalho” por “a pesquisas”, a preposição é mantida, sendo obrigatório seu uso.
Na opção D, essa troca resultaria em um erro, pois o verbo “revelar” é transitivo direto, não sendo possível utilizar o acento grave em “as”.
O gabarito correto é a letra C.
Questão CESPE/CEBRASPE 2022 – Comentários e gabarito
A expressão “a esse fato” complementa o verbo “conferir”, que, nessa passagem, exerce a função de verbo transitivo direto e indireto: “As cartas… conferem testemunho adicional” (objeto direto) “a esse fato” (objeto indireto).
Portanto, o gabarito é a opção “Errado”.
Questão FUMARC 2022 – Comentários e gabarito
Na opção A, o verbo “chamar”, com o sentido de “convocar” presente no contexto, é transitivo direto. Se fosse utilizado com o sentido de “apelidar” ou “qualificar”, poderia ser transitivo direto ou indireto, dependendo do complemento.
Na opção B, o verbo “visar” é transitivo direto quando utilizado com o sentido de “mirar”. Como transitivo indireto, adquire o sentido de “almejar” ou “desejar”.
Na opção C, o verbo “aspirar” é transitivo direto quando utilizado com o sentido de “inspirar”. Como transitivo indireto, adquire o sentido de “almejar” ou “desejar”.
Das opções apresentadas, a letra D é a resposta correta. O verbo “esquecer” pode ser utilizado com ou sem o pronome, alterando a regência, mas o sentido permanece o mesmo.
Quando utilizado sem pronome, é transitivo direto; quando utilizado com pronome, é transitivo indireto. No entanto, independentemente da forma utilizada, o sentido da frase não se altera. Gabarito: letra D.
Questão VUNESP 2022 – Comentários e gabarito
Na letra A, além do verbo não ter o mesmo sentido de “sonhar”, a regência também está incorreta, pois o verbo “almejar” não pede preposição (“os quais”).
Na letra B, o verbo “pensar” requer a preposição “em” (“nos quais”).
Na letra D, o verbo “imaginar” também é um verbo transitivo direto e não requer preposição (“os quais”).
Da mesma forma, na letra E, o verbo “idealizar” não requer preposição (“os quais”).
A letra C é correta tanto em relação à regência verbal quanto ao sentido ao substituir o verbo “sonhar” por “fantasiar”, que pertencem ao mesmo campo semântico.
O verbo “fantasiar” não requer preposição, portanto, o pronome relativo não deve ser antecedido por preposição (“os quais”). Gabarito: letra C.
Questão AMEOSC I 2022 – Comentários e gabarito
Na passagem “Quando lhe PERGUNTARAM qual cachorro ganhava a briga”, o verbo “perguntar” atua como transitivo direto e indireto: perguntaram qual cachorro ganhava a briga (objeto direto) a ele (=lhe – objeto indireto).
Portanto, o gabarito correto é a letra B.
Questão AMEOSC II – Comentários e gabarito
Nesse contexto, o verbo “colocar” atua como transitivo direto, pois o termo que completa seu sentido, sem preposição, é “algumas lembranças da infância” (objeto direto).
A expressão “nas prateleiras de baixo” funciona como adjunto adverbial de lugar, e, dessa forma, o verbo permanece transitivo direto nessa frase.
Portanto, o gabarito correto é a letra A.
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Conclusão
Sente-se mais confiante após treinar com questões de transitividade verbal? Esperamos que sim!
O fato é que, para ter um bom desempenho em concursos, é necessário não apenas saber o conteúdo, mas, de igual forma, conhecer as bancas e entender como esses conhecimentos serão abordados nas provas de Português.
E só com a resolução de questões recentes você terá uma noção da dinâmica do exame e da exigência da banca.
Se o seu forte não é a língua portuguesa, você veio ao lugar certo. Vamos te conduzir ao próximo passo dessa jornada que poderá levá-lo a alcançar uma vaga no serviço público.
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