A gente sabe que resolver questões do período composto é um desafio na rotina de estudos de muitos concurseiros por aí!
Por isso, apresentamos um conteúdo completo de resolução de questões de período composto para dissipar quaisquer dúvidas.
Lembre-se de que, com a metodologia certa e muita dedicação, é possível fixar todo o conteúdo necessário para a sua prova e garantir a tão sonhada vaga!
Abaixo, você encontrará tudo o que precisa saber sobre período composto com questões cuidadosamente selecionadas para orientar seus estudos e tornar esse assunto a sua vantagem competitiva.
Siga a leitura até o fim e aproveite!
O que é período composto? (com exemplos)
Antes de seguirmos para as questões de período composto, vamos esclarecer alguns conceitos…
Você sabe a diferença entre frase, oração e período? Uma frase é um enunciado que possui sentido, podendo ser nominal (como em “Oi!”) ou verbal (como em “Cheguei!”).
Por sua vez, uma oração é uma frase que contém um verbo. No período escolar, costumávamos contar o número de verbos para identificar o número de orações em uma frase.
Por fim, um período é um enunciado que contém uma ou mais orações de sentido completo, podendo ser simples (quando possui apenas uma oração) ou composto (quando possui duas ou mais orações).
O período composto pode ser subdividido em duas categorias: coordenação e subordinação. Na escola, costumávamos retirar uma das orações de uma frase para verificar se ela era coordenada ou subordinada.
Se a frase ainda fizesse sentido sem essa oração, ela era coordenada; caso contrário, era subordinada. Essa técnica pode parecer estranha hoje em dia, mas ainda é comum em alguns lugares.
No entanto, existem outras maneiras mais eficazes de ensinar esse conceito, e você vai entender tudo após ler este artigo e praticar o assunto de período composto por meio de questões.
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Vamos conferir mais um pouco da teoria e exemplos comentados?
Qual a diferença entre período composto por coordenação e subordinação?
A distinção entre o período composto por coordenação e o período composto por subordinação se deve ao fato de que as orações coordenadas não possuem conexão sintática, mas sim semântica. Elas são independentes do ponto de vista sintático.
Por outro lado, as orações subordinadas são classificadas dessa forma por estarem sintaticamente subordinadas entre si. Elas possuem função sintática (como sujeito, objeto direto ou adjunto adverbial) em relação a outras orações dentro do período composto.
Apesar de parecer confuso, a classificação das orações não se baseia apenas nesse critério. Existem outras maneiras mais simples de pensar sobre isso. Por exemplo, as conjunções podem ser úteis para a classificação das orações.
Então, vamos organizar esses conceitos?
Período composto por coordenação
No período composto por coordenação, ocorre uma sucessão de orações que não possuem relação sintática entre si, isto é, uma oração não funciona como sujeito, objeto, complemento nominal ou adjunto da outra.
Veja um exemplo: “Encontrei meu amigo/ e cumprimentei-o”.
Nessa frase, a primeira oração não exerce função sintática na segunda oração e vice-versa. Ao analisar cada oração, percebemos que todos os termos sintáticos estão contidos em cada uma delas:
“Eu (sujeito) encontrei (verbo) meu amigo (objeto direto) / eu (sujeito) cumprimentei (verbo) -o (objeto direto)”.
Período composto por subordinação
No período composto por subordinação, ocorre uma sucessão de orações em que uma atua como termo sintático da outra, ou seja, uma oração desempenha a função de sujeito, objeto, complemento nominal ou adjunto da outra.
Nessa estrutura, os termos da oração, como sujeito, objeto e complemento nominal, são expressos na forma de oração, tais como sujeito oracional e objeto oracional.
Por exemplo:
“Desejo / que sejas feliz”.
Nesse caso, há uma relação sintática de dependência, pois o objeto direto do verbo “desejo” não está na primeira oração, mas sim na segunda:
“Eu (sujeito) desejo (verbo) [o quê?] / que sejas feliz (objeto direto)”.
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Orações coordenadas no período composto
Agora, vamos tratar da classificação das orações coordenadas que compõem o período composto.
As orações coordenadas e subordinadas podem ser apresentadas de duas formas distintas: desenvolvidas, quando há a introdução de conjunções ou pronomes relativos, ou reduzidas, com verbos no infinitivo, gerúndio ou particípio.
Assindéticas
As orações coordenadas assindéticas são aquelas que não possuem conectivos.
Por exemplo, em “Não corra, não mate, não morra”. Percebeu que estas orações não contêm conectores, como conjunções? São, portanto, coordenadas assindéticas.
Sindéticas
As orações coordenadas sindéticas se caracterizam por serem conectadas por conjunção, e são divididas em diferentes tipos:
• Aditivas: indicam soma ou adição, como em “Chegou / e se divertiu”, em que a segunda oração acrescenta uma ação à primeira;
• Adversativas: expressam oposição ou ressalva, como em “Saiu cedo de casa, / mas chegou atrasado ao trabalho”, em que a segunda oração contrasta com a informação da primeira;
• Alternativas: mostram alternância ou escolha, como em “Ora chovia, / ora fazia sol”, em que há uma alternância entre os fenômenos climáticos;
• Conclusivas: indicam uma conclusão, como em “Trabalhou muito, / logo foi recompensado”, em que a segunda oração conclui algo mais ou menos esperado do que foi afirmado na primeira;
• Explicativas: apresentam uma justificativa para o que foi dito na outra oração, como em “Aguarde um instante, / pois estou chegando”, em que a segunda oração explica ou justifica o pedido feito na primeira.
Orações subordinadas no período composto
Agora, vamos estudar as orações subordinadas?
Para melhor classificá-las, precisamos identificar a oração principal e sua subordinada no período composto. A oração principal é aquela que não apresenta conectivo e a subordinada é aquela que se relaciona com ela.
Lembre-se de que, no período composto por coordenação, a oração sem conectivo era chamada de coordenada assindética. Aqui, em subordinação, o termo é principal.
As subordinadas, por sua vez, dividem-se em três categorias: substantivas, adverbiais e adjetivas.
Orações subordinadas substantivas
Como o nome já indica, as orações subordinadas substantivas exercem as funções próprias do substantivo.
Elas podem ser encontradas em forma desenvolvida, introduzidas por conjunções integrantes como “que” ou “se”, ou por pronome indefinido, pronome ou advérbio interrogativo. Também podem aparecer na forma reduzida, usando o infinitivo.
As orações subordinadas substantivas podem ser classificadas em seis tipos. Veja a seguir!
• Subjetivas: ocorre em três situações:
– Com verbos na 3ª pessoa do singular (convir, cumprir, importar, urgir, acontecer, parecer, etc.) seguidos de que, se ou de infinitivo.
Exemplo: “Urge / que chegues no horário”.
– Com expressões na voz passiva (sabe-se, soube-se, diz-se, conta-se, é sabido, estava decidido, etc.)
Exemplo: “Diz-se / que ela mentiu”.
– Com verbo de ligação mais predicativo (é bom, é conveniente, está claro, etc.)
Exemplo: “Está claro / que ela mentiu”.
• Objetivas diretas: exercem a função de objeto direto.
Exemplo: “Eu quero / que você me ajude com o projeto”.
Nesse exemplo, a oração “que você me ajude com o projeto” é a subordinada substantiva objetiva direta, pois exerce a função de objeto direto do verbo “quero”.
Assim, a oração introduzida pela conjunção “que” é a subordinada e depende da oração principal “Eu quero”.
• Objetivas indiretas: exercem a função de objeto indireto.
Exemplo: “Necessito / de que me ajudem nesta tarefa”.
O verbo “necessito” pede preposição obrigatória, é transitivo indireto. O complemento é o objeto indireto.
• Completivas nominais: exercem a função de complemento nominal.
Exemplos:
“Tenho necessidade / de que me auxilies”.
“Tinha esperança / de que revelasses o segredo”.
Agora o que temos são os nomes, “necessidade” e “esperança”, que pedem preposição. O complemento de nome substantivo é complemento nominal.
• Predicativas: exercem a função de predicativo.
Exemplo: “A verdade é / que eu nunca o vi tão feliz como está agora”.
Nessa frase, a oração subordinada substantiva predicativa é “que eu nunca o vi tão feliz como está agora”, que exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal “a verdade é”.
A oração subordinada completa o sentido da oração principal, que expressa uma afirmação sobre um fato (a felicidade da pessoa mencionada).
• Apositivas: exercem a função de aposto.
Exemplo: “Havia uma esperança: / que contasse a verdade”.
A oração subordinada “que contasse a verdade” explica a esperança que havia. Trata-se de um aposto.
• Agente da passiva: aparecem sem conjunção e são introduzidas por pronome indefinido, seguido de “por” ou “de”.
Exemplo: “Foi substituído / por quem o criticava”.
A oração subordinada é o termo que age nesse período: quem o criticava é que o substitui.
Orações subordinadas adverbiais
As orações subordinadas adverbiais modificam o verbo, como um advérbio. Equivalem a um adjunto adverbial. São introduzidas pelas conjunções subordinativas adverbiais (= orações desenvolvidas).
Podem aparecer sob forma reduzida (de infinitivo, de gerúndio ou de particípio).
Podem ser classificadas em:
• Causais: indicam o motivo, a razão do que ocorre na oração principal.
Exemplo: “Como chovia muito, / não fui à escola”.
“Chover muito” foi o motivo que fez ele “não ir à escola”. As principais conjunções são: “porque”, “como”, “já que”, “visto que”, “uma vez que”.
• Consecutivas: indicam o resultado de uma ação.
Exemplo: “Gritou tanto / que perdeu a voz”.
Agora, “perder a voz” é o resultado de ter “gritado tanto”, ou seja, a consequência. As principais conjunções são: “que” (precedido de “tão”, “tanto”, “tal”), “de modo que”, “de sorte que”.
• Concessivas: exprimem sentido de oposição, exceção, aceitar uma ideia oposta.
Exemplo: “Foi à escola, / embora chovesse muito”.
Observe que o fato de “chover muito” não evitou a “ida à escola”. Havia adversidade, mas não impediu que um fato ocorresse.
As principais conjunções são: “embora”, “conquanto”, “mesmo que”, “ainda que”, “por mais que”. Lembre-se de que, com elas, o verbo vem no subjuntivo.
• Condicionais: exprimem sentido de oposição, exceção, aceitar uma ideia oposta.
Exemplo: “Se vieres, / darei a festa”.
Eu só “darei a festa” na condição, na hipótese de “vires”. As principais conjunções são: “se”, “caso”, “desde que”, “contanto que”.
• Comparativas: exprimem uma ideia de comparação entre dois termos.
Exemplo: É inteligente / como o pai.
Nesse período, a intenção é comparar a “inteligência do filho” com a “do pai”. Nas comparativas, normalmente o verbo vem subentendido: “É inteligente como o pai (é)”.
As principais conjunções são: “como”, “que” (antecedido de “mais”, “menos”), “quanto”, “assim como”.
• Conformativas: indicam a conformidade de um fato com outro.
Exemplo: “Não compareceu, / conforme se previa”.
“De acordo” com a previsão, ele “não compareceu”. Ou seja, não há contradição, já era algo esperado.
As principais conjunções são: “como”, “conforme”, “consoante”.
• Finais: indicam a finalidade, o objetivo.
Exemplo: “Comportaram-se / para que não fossem castigados”.
Aqui, havia um “objetivo”: “não ser castigado”, por isso se comportaram. As principais são: “a fim de que”, “que”, “para que”, “porque”.
• Proporcionais: relação entre duas ações em que uma delas acarreta mudança na outra.
Exemplo: “À medida que o tempo passava, / ia ficando mais preocupado”.
Nessa frase, observamos que “a preocupação ia aumentando” na mesma proporção que o “tempo passava”. As principais conjunções são: “à medida que”, “à proporção que”, “ao passo que”.
• Temporais: indicam o momento em que ocorre um fato.
Exemplo: “Quando chegou, / todos o aplaudiram”.
Os “aplausos” aconteceram no momento de sua chegada, indicando um tempo simultâneo. As principais conjunções: “quando”, “mal”, “enquanto”, “desde que”, “logo que”.
Orações subordinadas adjetivas
As orações adjetivas se referem ao substantivo da oração principal e possuem um valor adjetivo. Quando são desenvolvidas, iniciam-se com um pronome relativo que funciona como conectivo, retomando o substantivo ou o pronome substantivo da oração principal.
Podem ser apresentadas de forma reduzida, utilizando-se infinitivo, gerúndio ou particípio, e são classificadas em dois tipos:
• Restritivas: agem como um adjunto adnominal de um substantivo ou pronome da oração principal, assumindo a função de restritiva quando não há o uso de vírgulas.
Exemplo: “A pessoa / que ganhou o prêmio / está muito feliz.”
Nessa frase, a oração subordinada adjetiva “que ganhou o prêmio” atua como um adjunto adnominal do substantivo “pessoa”. A oração é restritiva, pois indica uma característica específica da pessoa, a qual é o fato de ter ganhado o prêmio.
Se retirássemos a oração subordinada, a frase seria “A pessoa está muito feliz”, dando uma ideia mais geral e não específica sobre a pessoa. Note que o uso da vírgula não é adequado nesse caso, pois a oração subordinada é restritiva e não explicativa.
• Explicativas: agem como um adjunto adnominal de um substantivo ou pronome da oração principal, tendo função explicativa quando acompanhada de vírgulas.
Exemplo: “Meu professor, que é muito exigente, deu-me uma nota excelente”.
Nesta frase, “que é muito exigente” é a oração subordinada adjetiva explicativa, que descreve o professor. Observe que a frase ainda teria sentido e significado sem a oração subordinada, mas ela acrescenta informações adicionais ao descrever o professor.
As vírgulas em ambos os lados da oração subordinada indicam que ela é uma explicação extra, mas não é fundamental para a compreensão da frase principal.
Orações reduzidas do período composto por subordinação
Orações reduzidas são aquelas que apresentam o verbo principal ou auxiliar, este último em locuções verbais, no infinitivo, gerúndio ou particípio.
Tal nomenclatura é atribuída em decorrência da ausência de conjunção ou pronome relativo.
Veja:
“É preciso seguir em frente”, oração reduzida de infinitivo;
“Precisando de ajuda, chamou-me”, oração reduzida de gerúndio;
“Chegada a hora, saiu rapidamente”, oração reduzida de particípio;
“Precisando chegar na hora marcada, saiu voando”, oração reduzida de gerúndio, locução verbal.
Questões de período composto (com gabarito)
Que tal partirmos para as questões de período composto? Selecionei provas de concursos anteriores que seguem o perfil de algumas bancas. Cada questão vem acompanhada de gabarito e comentários.
Aproveite os exemplos abaixo para treinar seu conhecimento, revisar e consolidar a teoria.
Questão 1
FCC – SEGEP – MA – TÉCNICO DE FISCALIZAÇÃO AGROPECUÁRIA – 2018
E aproximou-se tanto do velho filósofo, que sua sombra se projetou sobre ele.
A atuação combinada dos vocábulos em destaque articula as orações, na ordem dada, numa relação de
A) Conformidade e proporção.
B) Intensidade e condição.
C) Causa e consequência.
D) Proporção e conformidade.
E) Condição e causa.
Comentários: Se a banca pedir a “relação de”, lembre-se que de classificar os vocábulos em destaque.
Sobre o “que” que na sequência de “tanto”. Toda vez que aparecer “tão…que”, “tanto…que”, “tal…que”, o “que” será uma conjunção consecutiva.
Na frase “Aproximou-se tanto do velho filósofo, / que sua sombra se projetou sobre ele”, temos: “o fato de se aproximar do filósofo, fez com que sua sombra”, logo, há uma relação de causa e consequência entre as orações.
Gabarito ao final das questões.
Questão 2
FCC – DPE AM – ANALISTA EM GESTÃO ESPECIALIZADO EM DEFENSORIA – 2018
A criatividade envolve não só anos de preparação e treinamento conscientes, mas também de preparação inconsciente. Esse período de incubação é essencial para permitir que o subconsciente assimile e incorpore influências, que as reorganize em algo pessoal. Na abertura de Rienzi, de Wagner, quase podemos identificar todo esse processo. Há ecos, imitações, paráfrases de Rossini, Schumann e outros − as influências musicais de seu aprendizado. E então, de súbito, ouvimos a voz de Wagner: potente, extraordinária (ainda que horrível, na minha opinião), uma voz genial, sem precedentes.
ainda que horrível, na minha opinião (6° parágrafo)
O segmento sublinhado acima estabelece, no contexto, noção de
A) conclusão.
B) concessão.
C) finalidade.
D) causa.
E) conformidade.
Comentários: Nesta questão, a FCC quer que você classifique a oração por meio da conjunção.
A banca diz: “Ainda que horrível, na minha opinião”. Lembrando que o “ainda que” é igual a “embora”, “mesmo que”, portanto, é uma conjunção concessiva.
Gabarito ao final das questões.
Questão 3
CESPE – PC – SE – DELEGADO DE POLÍCIA – 2018
₁₀ Para que a atuação policial ocorra dentro dos
parâmetros democráticos, é essencial que haja a
implementação de um modelo de policiamento que
₁₃ corresponda aos preceitos constitucionais, promovendo-se
o equilíbrio entre os pressupostos de liberdade e segurança.
Acerca dos sentidos e de aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
A oração “que haja a implementação de um modelo de policiamento” (ℓ. 11 e 12) tem a função de qualificar o adjetivo que a antecede: “essencial” (ℓ.11).
Certo
Errado
Comentários: O “que” (linha 11) só teria a função de qualificar se ele atuasse como pronome relativo. Só que esse “que” não é um pronome, mas sim uma conjunção integrante.
Você pode se perguntar: “E por que esse ‘que’ é uma conjunção integrante?” Porque está iniciando uma oração que pode ser trocada por “isto”.
Assim, sendo o “que” (linha 11) uma conjunção integrante, a oração é substantiva, já que ela não tem a função de qualificar o adjetivo que a antecede. A oração “é essencial”, na verdade, funciona como oração principal da outra, que funciona como sujeito.
A primeira oração é oração principal, a segunda é uma oração subordinada substantiva subjetiva.
Gabarito ao final das questões.
Questão 4
CESPE – MPE – PI – CONHECIMENTOS BÁSICOS – NÍVEL SUPERIOR – 2018
Por duas razões: em primeiro lugar, porque constitui uma
⁷ prova tão forte que não há necessidade de acrescentar outras,
nem de entrar na difícil e duvidosa combinatória de indícios;
a confissão, desde que seja devidamente feita, quase
₁₀ exime o acusador de fornecer outras provas (em todo o caso,
as mais difíceis); em segundo, a única maneira para
A respeito de aspectos linguísticos e semânticos do texto CB1A1-I, julgue o item a seguir.
O trecho “que não há (…) indícios” (l. 7 e 8) exprime uma noção de consequência.
Certo
Errado
Comentários: Para responder essa questão adequadamente, usaremos uma tática já usada em outras questões deste artigo: classificar o “que” (linha 7).
Perceba que o “que” está antecedido do “tão” e, por isso, desempenha o papel de conjunção consecutiva.
Então, já que a questão diz “constitui uma prova tão forte”, a consequência só poderia ser “não há necessidade de acrescentar outras”. A resposta está certa.
Gabarito ao final das questões.
Questão 5
VUNESP – CÂMARA DE DOIS CÓRREGOS – SP – OFICIAL DE ATENDIMENTO E ADMINISTRAÇÃO – 2018
Leia o texto para responder a questão abaixo.
“Quando eu tinha mais ou menos uma semana de idade, eu me lembro de estar enrolada em um cobertor rosa de algodão”, conta Rebecca Sharrock. Considerando que a memória da maioria das pessoas não é capaz de gravar acontecimentos anteriores aos quatro anos de idade, pode ser fácil pensar que a descrição de Sharrock seja um sonho nostálgico em vez de uma memória real. Mas a mulher australiana de 27 anos não tem uma memória comum – ela foi diagnosticada com uma síndrome rara chamada “Memória Autobiográfica Altamente Superior”, ou HSAM na sigla em inglês, também conhecida como Síndrome da Supermemória. Essa condição neurológica única significa que Sharrock consegue se lembrar de absolutamente tudo que ela fez em qualquer data.
Pessoas com essa síndrome podem se lembrar instantaneamente e sem esforço algum de qualquer coisa que fizeram, o que vestiram ou onde estavam em qualquer momento da vida. Elas podem se lembrar de notícias e acontecimentos pessoais com tantos detalhes e com uma exatidão tão perfeita que são comparáveis a uma gravação.
Por que algumas pessoas nascem com a supermemória? As pesquisas ainda estão em andamento, já que existem poucos indivíduos com a síndrome no mundo, e a área ainda é relativamente nova. Mas alguns estudos indicam que o lobo temporal (que ajuda no processamento de memória) é maior nos cérebros das pessoas com HSAM.
Ter uma supermemória significa que as memórias são gravadas em detalhes vívidos, o que é fascinante em termos científicos, mas pode ser uma praga para quem tem a síndrome. Algumas pessoas com HSAM dizem que suas memórias são muito organizadas, mas Sharrock descreve seu cérebro como “entupido” e diz que reviver memórias lhe dá dor de cabeça e insônia. Apesar disso, ela aprendeu a tentar usar memórias positivas para superar as negativas: “No começo de todo mês, eu escolho todas as melhores memórias que tive naquele mês em outros anos”. Reviver acontecimentos positivos facilita na hora de lidar com as “memórias invasivas” que a fazem se sentir mal.
(Sarah Keating, BBC. 17.11.2017. www.bbc.com. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a segunda parte da frase expressa, com relação à primeira, uma consequência.
A) Pessoas com essa síndrome podem se lembrar instantaneamente e sem esforço algum de qualquer coisa que fizeram, o que vestiram / ou onde estavam em qualquer momento da vida. (2º parágrafo)
B) Elas podem se lembrar de notícias e acontecimentos pessoais com tantos detalhes e com uma exatidão tão perfeita / que são comparáveis a uma gravação. (2º parágrafo)
C) As pesquisas ainda estão em andamento, / já que existem poucos indivíduos com a síndrome no mundo, e a área ainda é relativamente nova. (3º parágrafo)
D) Ter uma supermemória significa que as memórias são gravadas em detalhes vívidos, o que é fascinante em termos científicos, / mas pode ser uma praga para quem tem a síndrome. (4º parágrafo)
E) “No começo de todo mês, eu escolho todas as melhores memórias / que tive naquele mês em outros anos”. (4º parágrafo)
Comentários: Nesta questão, a banca traz um texto e pede que o candidato “assinale a alternativa em que a segunda parte da frase expressa, com relação à primeira, uma consequência.”
Se a banca quer uma consequência, o que vai nos guiar para classificar as orações são os conectivos. Na letra A, o conectivo “ou” da segunda oração não indica consequência, e sim alternativa. Logo, a resposta A não está correta.
Na letra B, o “que” é antecedido de “tão”. Portanto, este “que” nada mais é que conjunção consecutiva, uma consequência. Desse modo, a alternativa está correta.
Na letra C, “já que” é igual a “porque”, indicando que existe uma relação de causa e efeito. Porém, notamos que ocorre o oposto do que é pedido no enunciado: é a primeira parte da frase que expressa uma consequência com relação à segunda, pois “já que” é causal.
Na letra D, o “mas” que inicia a segunda oração indica que ela é uma oração coordenada sindética adversativa, portanto, não expressa uma consequência.
Na letra E, o “que” que retoma “memórias” é um pronome relativo, por isso, a oração é adjetiva. Sendo assim, como não traz uma consequência e, sim, uma adjetivação, pode ser classificada como oração subordinada adjetiva restritiva.
Gabarito a seguir.
Gabaritos
Questão 1: letra C.
Questão 2: letra B.
Questão 3: Errado.
Questão 4: Certo.
Questão 5: letra B.
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Como deu para perceber, as questões de período composto, bem como tantos outros itens da gramática da Língua Portuguesa, são frequentemente explorados pelas bancas.
Isso só reforça a relevância e o peso do português nas provas de concurso, que sempre incluem esse assunto e exigem que os candidatos se preparem adequadamente.
Se você quer saber como passar no concurso dos seus sonhos, saiba que é preciso seguir uma regra básica: adote uma estrutura de preparação que envolva planejamento, organização e estudo.
Ademais, é necessário estudar o estilo das bancas, para descobrir quais outros tópicos costumam ser abordados, como as questões são estruturadas e qual o nível de profundidade exigido em cada conteúdo.
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Conclusão
Após ter sido exposto a diversos exemplos de questões de período composto, agora você já sabe como estudar de forma eficiente para o assunto!
Lembre-se de que praticar constantemente, de preferência resolvendo provas anteriores, é o segredo para fixar o conteúdo e alcançar um melhor desempenho.
E para se preparar de maneira estratégica, o candidato também precisa identificar pontos fortes e fracos para, em seguida, dedicar mais tempo aos estudos nas áreas que ainda geram dúvidas.
Se você achou este conteúdo útil, sinta-se à vontade para compartilhá-lo com outras pessoas que possam se interessar!
Para acessar mais artigos, acesse o blog da professora Adriana Figueiredo.