Estudar com questões Cebraspe é uma excelente estratégia para quem vai encarar as provas da banca, sabia?
A organizadora em questão tem se destacado como uma das instituições mais prestigiadas na condução de avaliações no Brasil, desempenhando um papel fundamental nos processos seletivos de carreiras públicas de grande renome.
Entretanto, devido à sua abordagem de provas complexas, repletas de questões desafiadoras que demandam um alto grau de interpretação, muitos candidatos a concursos enfrentam dificuldades em obter um desempenho satisfatório.
Embora as provas do Cebraspe sejam conhecidas por sua dificuldade elevada, enfrentá-las com eficácia é possível SIM!
Por essa razão, a equipe da Adriana Figueiredo se dedicou à criação de um material exclusivo, repleto de questões Cebraspe, para oferecer ao candidato todo o suporte necessário para uma preparação eficaz em vista de seu próximo concurso.
Não deixe de conferir nosso artigo até o final. Boa leitura!
Antes das questões Cebraspe… Como a banca funciona?
O Cebraspe se destaca como a instituição encarregada de conduzir concursos em diversas áreas, incluindo tribunais, setores da polícia, e muito mais.
Se você almeja uma carreira no serviço público nessas organizações, é essencial compreender o padrão das avaliações, a complexidade das questões e, em alguns casos, até dominar uma abordagem eficaz para a técnica de “chute”.
Independentemente da área em que você pretende seguir carreira ou do nível da prova que se prepara para enfrentar, há algo indiscutível: a Língua Portuguesa desempenha um papel de destaque na maioria dos concursos realizados pelo Cebraspe.
Para descobrir os tópicos que costumam ser abordados nas provas desta instituição e para entender como funciona o temido “Método Cespe”, não deixe de conferir este artigo.
Por que estudar com questões Cebraspe?
E por que estudar utilizando questões Cebraspe é tão importante? Porque o contato com provas anteriores permite que o estudante aprimore suas habilidades na decifração do estilo da banca, oferecendo um treinamento altamente direcionado e específico.
Além disso, a prática na resolução de questões capacita o candidato a aplicar a teoria na solução dos problemas e a interpretar de forma precisa as informações apresentadas nos enunciados.
Considerando que o Cebraspe adota uma abordagem única na criação das questões de português, visando avaliar de forma precisa os candidatos que se submetem aos exames, é essencial manter o foco e a dedicação, evitando qualquer descuido.
Está pronto para continuar a leitura? Vamos lá!
Questões Cebraspe: o que é mais cobrado em português?
Vamos falar das questões Cebraspe? Saiba que a banca protagonista aqui é uma das que mais trabalha com questões de concordância verbal em suas provas.
Em pontuação, o Cebraspe é uma banca que comumente retira trechos de textos que apresentaram vírgulas em enumerações, perguntando ao aluno a justificativa dessas vírgulas.
Ainda em pontuação, o Cebraspe comumente elabora questões que esperam do candidato a explicação para o uso dos dois-pontos.
A organizadora gosta de apresentar questões de Português relacionadas à reescrita de frases. Por exemplo, diante de um segmento explicativo, que vem evidenciado no texto pelo uso dos travessões, a banca pergunta se a substituição desse sinal de pontuação pelos parênteses geraria erro gramatical ou mudança de sentido da frase.
Coerência e coesão também são figurinhas carimbadas nas provas da banca, cujo destaque são as relações lógicas de adição, oposição, causa e efeito entre os períodos.
Atenção redobrada quando os assuntos são relações sintático/semânticas dos verbos haver, existir e correlatos.
Também é bastante frequente encontrar questões de tipologia textual que demandam a classificação do gênero de um determinado texto.
Realmente, há uma grande variedade de tópicos, não é mesmo? Outros assuntos igualmente importantes merecem a sua atenção, e vamos abordá-los de maneira prática por meio de questões.
Questões Cebraspe para praticar
A seguir, apresentamos algumas questões retiradas de provas recentes do Cebraspe para que você possa entender como a banca aborda os principais tópicos do edital.
Cada alternativa é acompanhada de um comentário correspondente, visando facilitar a compreensão. Estão prontos(as)? Vamos começar!
Questão de Interpretação de Textos
(CESPE/ CEBRASPE – 2022)
Em 721, um concílio romano presidido pelo papa Gregório II proibiu o casamento com uma commater, isto é, a madrinha de um filho, ou a mãe de um filho de quem se fosse padrinho. Isso levou o papado a se alinhar com a legislação promulgada, algumas décadas antes, em Bizâncio. A adoção marcadamente rápida desses princípios sugere que o clero franco já sustentava concepções similares. Isso é ilustrado por um caso curioso contado por um clérigo franco anônimo, em 727. Ele censurava a maneira traiçoeira pela qual a infame concubina Fredegunda havia conseguido se tornar a esposa legal do rei Quilpérico. Durante uma longa ausência do rei, ela persuadira sua rival, a rainha Audovera, a tornar-se madrinha da própria filha recém-nascida. Assim, a ingênua Audovera foi subitamente transformada na commater de seu próprio marido, impossibilitando qualquer relação conjugal posterior e deixando o caminho livre para Fredegunda.
Essa artimanha mostra que, poucos anos após o concílio romano de 721, o autor anônimo e seu público estavam bem familiarizados com os impedimentos derivados do parentesco espiritual. Não fosse o caso, seria impossível acusar Fredegunda de seu ardiloso truque. As cartas do missionário Bonifácio conferem testemunho adicional a esse fato. Em 735, ele perguntou ao bispo escocês Pethlem se era permitido que alguém se casasse com uma viúva que era mãe de seu afilhado. “Todos os padres da Gália e na terra dos francos afirmavam que isso era um pecado grave”, escreveu ele. Soava-lhe estranho, já que ele nunca ouvira falar nisso antes. A questão devia preocupá-lo porque, no mesmo ano, escreveu a respeito para dois outros clérigos anglo-saxões.
Evidentemente, o missionário até então não estava familiarizado com esse impedimento ao casamento, embora o clero continental, a quem ele se dirigia, considerasse a questão muito grave.
Mayke De Jong. Nos limites do parentesco: legislação anti-incesto na Alta Idade Média ocidental (500-900). In: Jan Bremmer (Org.). De Safo a Sade. Momentos na história da sexualidade. Campinas: Papirus, 1995, p. 56-7 (com adaptações).
O tema central do trecho é a difusão da proibição eclesiástica ao matrimônio entre parentes espirituais na Europa da Alta Idade Média.
( ) Certo
( ) Errado
Comentários: A proibição do casamento com a madrinha de um filho ou a mãe de um filho de quem se fosse padrinho, estabelecida por um concílio romano, alinhou-se com a legislação promulgada algumas décadas antes em Bizâncio.
Esses princípios foram prontamente adotados, sugerindo que o clero franco já sustentava concepções similares, exemplificando, assim, essa proibição.
Gabarito: Certo.
Questão de Crase
(CESPE / CEBRASPE – 2022)
Faz parte da natureza humana a incansável busca por relacionamentos ideais. Em se tratando de carreira ou de relações românticas, a tendência é sempre a mesma: apego à falível ideia de que há alguém ou algo perfeito — seja qual for o objeto de desejo. Perfeição significa ausência de falhas ou defeitos em relação a um padrão ideal, no entanto isso não existe, pois ninguém nem lugar nenhum são infalíveis. A perfeição é irreal e inalcançável. O componente das organizações são as pessoas, que trazem em suas bagagens as falhas. Portanto, não haveria a possibilidade de existir uma empresa perfeita.
Embora algumas companhias já comecem a expor suas imperfeições um pouco mais nas redes sociais, reconhecendo seus erros, e estimulem seus líderes a demonstrar vulnerabilidade, ainda há o discurso estereotipado de que aquele trabalho é o melhor do mundo ou de que aquela empresa é a melhor de todas. Apesar de ser louvável a busca por construir um excelente ambiente de trabalho, disseminar a ilusão de perfeição pode ser altamente prejudicial para as empresas e para seus funcionários, que podem acabar frustrados diante da realidade, muitas vezes mais dura do que o ideal prometido.
Internet: <https://vocerh.abril.com.br> (com adaptações).
No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
O emprego do sinal indicativo de crase em “à falível ideia” (segundo período do primeiro parágrafo) é facultativo, logo a sua retirada não prejudicaria a correção gramatical nem o sentido original do texto.
( ) Certo
( ) Errado
Comentários: Conforme as gramáticas convencionais, há três casos de uso facultativo para o acento grave: 1) antes de um nome próprio feminino; 2) antes de um pronome possessivo feminino no singular, quando o termo anterior requer a preposição “a”; 3) após a preposição “até”.
Na passagem citada neste item, é importante observar que o uso do acento grave é obrigatório, uma vez que “apego” exige a preposição “a” antes da palavra “ideia”.
Gabarito: Errado.
Questão de Reescrita de Frases
CESPE/CEBRASPE 2019
Cada uma das opções a seguir apresenta uma proposta de reescrita para o seguinte trecho do texto: “Qual é o motivo de a sustentabilidade ser tão importante para a economia?”
Assinale a opção em que a proposta indicada mantém os sentidos e a correção gramatical do texto.
A) Porque a sustentabilidade é tão importante para a economia?
B) Por quê a sustentabilidade é tão importante para a economia?
C) Porquê a sustentabilidade é tão importante para a economia?
D) Por que a sustentabilidade é tão importante para a economia?
E) Pra quê a sustentabilidade é tão importante para a economia?
Comentários: Utiliza-se “por que” (separado e sem acento) no início ou no meio de frases interrogativas diretas ou indiretas, como exemplificado na opção D.
“Porque” (junto e sem acento) atua como uma conjunção com função explicativa ou causal. “Porquê” (junto e com acento) é equivalente a um substantivo. Por fim, “por quê” (separado e com acento) é utilizado no final de frases interrogativas.
Gabarito: Letra D.
Questão de Classes de Plavras
CESPE / CEBRASPE – 2022 – Prefeitura de São Cristóvão – SE – Agente de Combate às Endemias
Texto CG1A1-II
Com a dor, o silêncio. Denso, ácido. Estagnado. Um silêncio de caco de vidro moído esfolando o corpo por dentro. Um desesperar, nada por vir. Dalva parou de falar com Venâncio. Não olhou mais para ele, considerou que ele não estava mais vivo, ignorou sua presença. Nenhuma reação. Nem quando ele chorou, quando ficou sem comer, quando parou de se lavar, nem quando ameaçou morrer, nem quando mandou valente, cuspiu na cara dela, sugilou prometendo uma nova surra, jurando morte, morrendo esmagado pelo que não podia ser desfeito. Nada. Ele suplicou sincero, desamparado, e ela, nem um olhar, nenhum perdão possível. Nas primeiras semanas, Dalva não comia, não bebia, não acendia a luz, morria um pouco a cada dia. Levantou-se depois de uma longa visita de luto da mãe, saiu de casa sem deixar pistas e, para desespero de Venâncio, só voltou ao entardecer do dia seguinte. Desse dia em diante, passou a sair todas as manhãs. Caminhava lenta, magra, ombros fechados de quem desistiu. Ninguém sabe ao certo aonde ia. Na hora mais triste das tardes, quando a saudade parece apertar o coração do mundo, Dalva voltava para casa. Dizem que a tristeza dessa hora está nas entranhas da gente, infiltrada nas nossas menores porções há milênios. Nasceu do pavor infinito do anoitecer, hora em que as mulheres não sabiam se seus homens voltariam vivos da caça. Muitas vezes não voltaram. Hora em que os homens, ao voltar da caça, não sabiam se encontrariam suas mulheres mortas. Muitas vezes encontraram. Perder amores é escurecer por dentro, uma memória do corpo que o entardecer evoca quando tinge o céu de vermelho. Para quem está sozinho depois de ter amado, o fim do dia é muito triste. Era nessa hora que ela voltava.
Carla Madeira. Tudo é rio. 1.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2021, p. 25-26 (com adaptações).
Em relação ao texto CG1A1-II e a suas propriedades linguísticas, julgue o próximo item. No trecho “Um desesperar, nada por vir” (primeiro parágrafo), o vocábulo “desesperar” está empregado como substantivo.
( ) Certo
( ) Errado
Comentários: A forma verbal no infinitivo “desesperar”, quando antecedida por um artigo, assume uma função substantiva, uma vez que a principal função dos artigos é acompanhar ou substantivar palavras que, originalmente, pertencem a outra classe gramatical.
Gabarito: Certo.
Questão de Pontuação
(CESPE/ CEBRASPE – 2022) Texto CG1A1-I
Somente o trabalho cria riqueza, o objetivo último do desenvolvimento. É certo que, caso se desejasse sumariar em uma única expressão o significado de desenvolvimento, se diria que o seu processo consiste no aumento continuado da produtividade do trabalho. É por meio do aumento do produto por trabalhador, propiciado pelo aumento da produtividade do trabalho, que se geram os recursos necessários que tornam possível atingir as demais dimensões do desenvolvimento. Sem esse crescimento, não há desenvolvimento, embora às vezes o crescimento não propicie o desenvolvimento em suas demais dimensões — redução contínua da pobreza, melhoria da saúde e da educação da população e aumento da expectativa de vida, entre tantas outras.
Certamente não há escassez de estratégias de desenvolvimento, e elas estão disponíveis para quem delas quiser tomar conhecimento. Lembrou-nos recentemente Delfim Netto que Adam Smith, em Riqueza das Nações (1776), sumariava o seu receituário para o crescimento (a “riqueza das nações”) em poucas e simples proposições. Primeiro, a carga tributária deve ser leve.
Segundo, com os recursos tributários arrecadados, deve-se assegurar a paz interna, já que cabe ao Estado o monopólio do uso da força para fazer valer o Estado de direito; fazer valer o Estado de direito significa proteger o direito à propriedade privada, garantir a aplicação da justiça e construir e manter a infraestrutura de uso comum. Por fim, deve-se estimular a competição entre os agentes econômicos, salvaguardando-se os mercados livres e punindo-se os monopólios. No dizer de Delfim, “quando isso se realiza, o crescimento econômico acontece quase por gravidade: será o resultado da ação dos empresários em busca do lucro e do comportamento dos consumidores na busca de melhor e maior satisfação de suas necessidades. Elas se harmonizam pela liberdade de escolha de cada um por meio do sistema de preços dos fatores de produção e dos bens de consumo”.
Essas mesmas ideias simples eram moeda corrente em nosso país pela época da Independência. A primeira tradução da obra Riqueza das Nações surgiu na Espanha, em 1794, e a obra de José da Silva Lisboa, o futuro Visconde Cairu, foi significativamente influenciada por Smith, especialmente os seus Princípios de Economia Política (1804). Mas também tiveram a mesma influência a Memória dos Benefícios Políticos do Governo de El-Rei Nosso Senhor D. João VI (1818) e, particularmente, os seus Estudos sobre o Bem Comum (18191820). Com as ideias simples smithianas, Cairu, ao proclamar o “deixai fazer, deixai passar, deixai vender”, de Gournay, legou-nos a abertura dos portos, a liberdade da indústria e a fundação de nosso primeiro banco. Não pouca coisa.
Roberto Fendt. Desenvolvimento é o aumento persistente da produtividade do trabalho. In: João Sicsú e Armando Castelar (orgs.). Sociedade e economia: estratégias de crescimento e desenvolvimento. Brasília: IPEA, 2009 (com adaptações).
Com relação ao emprego dos sinais de pontuação no quarto período do segundo parágrafo do texto CG1A1-I, seria correto
A) suprimir a vírgula após “arrecadados”.
B) isolar entre vírgulas a expressão “ao Estado”.
C) inserir uma vírgula após “significa”.
D) substituir o ponto e vírgula por travessão.
E) incluir dois-pontos após “proteger”.
Comentários: No quarto período do segundo parágrafo, a passagem que sucede o ponto e vírgula oferece uma explicação para a expressão “fazer valer o estado direito”, que denota a ação de “proteger o direito à propriedade privada, garantir a aplicação da justiça ,e construir e manter a infraestrutura de uso comum”.
Nesse contexto, a substituição do sinal de pontuação por um travessão se mostra apropriada, já que tanto a vírgula quanto o travessão podem ser usados para isolar termos explicativos.
Gabarito: Letra D.
Questão de Concordâncial Verbal
(CESPE / CEBRASPE – 2022)
Texto CB1A1-III
Em um mercado cada dia mais competitivo e globalizado, torna-se essencial que as empresas procurem adotar estratégias que lhes proporcionem maior desenvolvimento, possibilitando-lhes destacar-se quanto à capacidade e eficiência para criar, expandir e aplicar recursos. Ressalte-se que as companhias se destacam competitivamente quando adquirem resultados satisfatórios a partir da adoção de práticas aceitas e valorizadas no ambiente em que atuam. Assim, as estratégias competitivas refletem a maneira como as empresas se distinguem de suas concorrentes. Dentre as diversas estratégias competitivas, destacam-se a internacionalização e a inovação. A internacionalização é motivada pela necessidade de recursos, mercados e ativos estratégicos, enquanto a inovação é impulsionada pela necessidade de obtenção de maior eficiência econômica e financeira. Ademais, a internacionalização induz o uso da inovação e proporciona melhores resultados competitivos e, assim como a inovação, pode facilitar a inserção em mercados estrangeiros, propiciando a abertura de caminhos para atuação em diferentes ambientes.
Antonio Albuquerque Filho et alii. Influência da internacionalização e da inovação na competitividade empresarial. In: Revista Eletrônica de Negócios Internacionais (Internext), v. 15, n.º 1, 2020, p. 1 e 2 (com adaptações)
Consideradas as relações coesivas do último período do texto CB1A1-III, é correto afirmar que a flexão da forma verbal “pode” na terceira pessoa do singular justifica-se pela concordância verbal de “pode facilitar” com
(A) “a internacionalização”.
(B) “a inserção em mercados estrangeiros”.
(C) “o uso da inovação”.
(D) “a inovação”.
Comentários: Os sentidos do texto evidenciam que a expressão “a internacionalização” atua como sujeito em três formas verbais distintas nesse período: “induz”, “proporciona” e “pode facilitar”.
Gabarito: Letra A.
Questão do Vocábulo SE
(CESPE/ CEBRASPE – 2022)
Texto CG1A1-II
Com a dor, o silêncio. Denso, ácido. Estagnado. Um silêncio de caco de vidro moído esfolando o corpo por dentro. Um desesperar, nada por vir. Dalva parou de falar com Venâncio. Não olhou mais para ele, considerou que ele não estava mais vivo, ignorou sua presença. Nenhuma reação. Nem quando ele chorou, quando ficou sem comer, quando parou de se lavar, nem quando ameaçou morrer, nem quando mandou valente, cuspiu na cara dela, sugigou prometendo uma nova surra, jurando morte, morrendo esmagado pelo que não podia ser desfeito. Nada. Ele suplicou sincero, desamparado, e ela, nem um olhar, nenhum perdão possível.
Nas primeiras semanas, Dalva não comia, não bebia, não acendia a luz, morria um pouco a cada dia. Levantou-se depois de uma longa visita de luto da mãe, saiu de casa sem deixar pistas e, para desespero de Venâncio, só voltou ao entardecer do dia seguinte. Desse dia em diante, passou a sair todas as manhãs. Caminhava lenta, magra, ombros fechados de quem desistiu. Ninguém sabe ao certo aonde ia. Na hora mais triste das tardes, quando a saudade parece apertar o coração do mundo, Dalva voltava para casa. Dizem que a tristeza dessa hora está nas entranhas da gente, infiltrada nas nossas menores porções há milênios. Nasceu do pavor infinito do anoitecer, hora em que as mulheres não sabiam se seus homens voltariam vivos da caça. Muitas vezes não voltaram. Hora em que os homens, ao voltar da caça, não sabiam se encontrariam suas mulheres mortas. Muitas vezes encontraram. Perder amores é escurecer por dentro, uma memória do corpo que o entardecer evoca quando tinge o céu de vermelho. Para quem está sozinho depois de ter amado, o fim do dia é muito triste. Era nessa hora que ela voltava.
Carla Madeira. Tudo é rio. 1.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2021, p. 25-26 (com adaptações).
Em relação ao texto CG1A1-II e a suas propriedades linguísticas, julgue o próximo item.
No período “Nasceu do pavor infinito do anoitecer, hora em que as mulheres não sabiam se seus homens voltariam vivos da caça.” (segundo parágrafo), a oração “se seus homens voltariam vivos da caça” classifica-se como condicional, pois expressa uma condição hipotética.
( ) Certo
( ) Errado
Comentários: Neste contexto, a conjunção “se” marca o início de uma oração subordinada substantiva objetiva direta, sendo assim classificada como conjunção integrante.
Gabarito: Errado.
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Questões Cebraspe: como desenvolver ainda mais os estudos?
A esta altura, você já deve ter percebido que alcançar um excelente desempenho em concursos requer muito mais do que apenas dominar o conteúdo do edital, não é mesmo?
Se você não compreender as peculiaridades do Cebraspe, assim como de outras organizadoras, toda a sua preparação pode ser comprometida!
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Conclusão
Agora que você teve a oportunidade de se familiarizar com várias questões do Cebraspe e adquiriu a compreensão sobre como estudar para elas de maneira eficaz, é importante ressaltar que a prática consistente é o segredo para consolidar o conhecimento.
Por isso, continue treinando com outras questões de exames anteriores e veja a diferença no seu preparo.
Ao longo do processo, lembre-se de identificar suas áreas de maior domínio e priorizar um estudo mais aprofundado nas áreas que demandam mais atenção.
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