Você conhece a diferença entre dedução e indução?
A princípio, este tópico pode parecer intimidador e muitos devem pensar: “Isto é assunto de raciocínio lógico, não de língua portuguesa”.
No entanto, este pensamento é um equívoco, pois temas como dedução/indução derivam tanto de uma premissa de interpretação textual, como da linguagem matemática e seus padrões lógicos.
Portanto, entender as técnicas de inferência em interpretação de textos não só é importante para responder às questões específicas com habilidade e no tempo adequado, mas também é crucial para compreender o enunciado das perguntas de matemática, raciocínio lógico, entre outros.
Se você está iniciando sua rotina de estudos e precisa dominar este assunto, saiba que é essencial conhecer a teoria e como ela é aplicada nas principais provas de concursos do país.
Com isso em mente, a equipe da professora Adriana Figueiredo preparou um conteúdo valioso para ajudá-lo a dominar o assunto e a resolver questões sobre o tema com eficácia.
Confira nosso artigo abaixo e descubra como a distinção entre esses conceitos pode impulsionar sua aprovação.
Tenha uma ótima leitura!
Quer aprender a diferença entre dedução e indução? Confira aqui!
Antes de tudo, vamos definir o que é dedução e indução.
Método Dedutivo de Raciocínio
A dedução é um processo de raciocínio que usa pressupostos para chegar a uma conclusão específica.
No texto padrão, o tópico frasal (algo geral) inicia o parágrafo e na sequência vem a sua fundamentação (algo específico). Esse é o método dedutivo de raciocínio, em que o autor parte da generalização para o seu detalhamento.
Por exemplo, se todos os gatos são animais, e Felix é um gato, então Felix é um animal.
Um argumento dedutivo é considerado logicamente válido quando os pressupostos implicam necessariamente a conclusão. Isso significa que, se eles são verdadeiros, então a conclusão também deve ser verdadeira, a menos que haja um erro no raciocínio.
Por exemplo, “Se todos os triângulos têm três lados, e este objeto tem três lados, então este objeto é um triângulo”. Pressupostos verdadeiros, conclusão falsa.
Método Indutivo de Raciocínio
Já no método indutivo, o autor parte das definições, exemplos, comparações, dados estatísticos, para, na sequência, apresentar o tópico frasal.
Aqui, os argumentos usam pressupostos específicos para apoiar uma conclusão geral. Por exemplo, se você observar muitos cisnes brancos, pode concluir que todos os cisnes são brancos.
No entanto, essa conclusão não é necessariamente verdadeira, pois pode haver cisnes negros ou de outras cores.
Ao contrário da dedução, a indução não é logicamente válida, e a conclusão pode ser falsa mesmo que todas os pressupostos sejam verdadeiros.
Em vez disso, a intenção da indução é fornecer evidências que tornem a conclusão mais provável. Por exemplo, se você vir vários cisnes brancos, pode concluir que é mais provável que a maioria dos cisnes seja branca, embora não possa ter certeza.
Quando uma conclusão induzida se mostra falsa, é necessário criar novas hipóteses para substituir o conhecimento antigo e chegar a uma nova conclusão mais precisa.
Dedução e indução: Relação de Português e Raciocínio Lógico
Você já teve a sensação de ler uma questão e não saber se pertence à área de português com um toque de raciocínio lógico ou se é uma questão de raciocínio com uma pegada de português? Isso pode desestabilizar qualquer candidato, acredite.
Na verdade, isso é mais comum do que se imagina e reflete como a maioria dos currículos escolares são estruturados. Ou seja, essas disciplinas são abordadas de forma isolada e desconectada.
O problema reside na “tradução” da linguagem natural, o nosso português, para a linguagem matemática e sua lógica.
Tanto a dedução quanto a indução são temas comuns nas questões dessas duas disciplinas e estão intimamente ligados: argumentos dedutivos e indutivos na interpretação de textos em português e métodos de inferência lógica em raciocínio lógico matemático.
Assim, o segredo para o sucesso é a combinação das duas disciplinas. Ao estudar de forma integrada, você vai tirar de letra e gabaritar as questões das linguagens mais cobradas em concursos.
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Dicas de como estudar dedução e ter um bom rendimento
Quando a banca pede que você indique uma possível dedução, como proceder? Antes de tudo, resuma mentalmente o que você entendeu do trecho, o que envolve organizar a frase em sua estrutura essencial: sujeito, verbo e complemento.
Em seguida, examine as alternativas fornecidas pela banca, procurando apenas aquela que possua uma pista, um pressuposto no texto. Somente será uma inferência possível se houver um pressuposto no texto, caso contrário, será uma extrapolação.
Você compreende o que significa dedução, não é mesmo? A dedução estende um pouco mais o que é dito no texto, mas não se desvia, não é uma extrapolação. Ela se concentra no que está escrito, porém, com base em um pressuposto, uma pista.
Portanto, quando estiver inferindo, certifique-se de encontrar uma pista textual que permita tal dedução.
É como discutir com um parceiro ou parceira; se não há uma base para a discussão, você pode estar extrapolando. Mas se a discussão tem uma base em uma pista, algo que foi dito ou feito, então você tem um pressuposto textual.
Dedução e indução: estude com questões
Agora, vamos praticar o que aprendemos até aqui com a resolução de questões de dedução e indução?
Após finalizar a leitura deste artigo, lembre-se de estudar com materiais especializados e de conferir outros exercícios resolvidos para subir o seu índice de acerto nas questões.
Exercício de dedução
VUNESP – PREFEITURA DE ITAPEVI – AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO – 2019
É uma nova versão de um conflito descrito por Clarice Lispector a respeito da insuficiência da linguagem. Algo como: “Não só não consigo dizer o que penso como o que penso passa a ser o que digo”. Se vivesse nas redes que atribuem a ela frases que jamais disse, o “dizer” e o “pensar” teriam a interlocução de um outro verbo: “compartilhar”. (Matheus Pichonelli, Carta Capital. 18.03.2016. www.cartacapital.com.br. Adaptado)
Da menção ao conflito descrito por Clarice Lispector, no último parágrafo, deduz-se o seguinte:
A) para o autor, Clarice Lispector estava equivocada ao ignorar a importância do “compartilhar” como intermediário entre o “dizer” e o “pensar”.
B) ao se exprimir com exatidão o pensamento, a insuficiência da linguagem é superada, ainda que provisoriamente.
C) quando o pensamento é traduzido em palavras, e essas palavras são partilhadas, exaltam-se os valores morais da sociedade.
D) não é possível expressar com exatidão o que pensamos, e nos iludimos ao crer que o que dizemos equivale ao que pensamos.
E) o “pensar” adquire valor a partir do momento em que encontra um equivalente no “dizer” e assume forma ao ser compartilhado.
Comentários
A primeira coisa que queremos que você perceba é o enunciado: quando ele coloca “deduz-se o seguinte”, nota-se que esta é uma questão de inferência (dedução).
Aqui, a banca facilita ao avisar de onde você vai tirar a pista ou pressuposto textual. Você vai ler o último parágrafo, entendê-lo, vai se conectar com o que está escrito para depois buscar a assertiva correta.
No texto, falou-se em “compartilhar” numa ideia condicional: “se vivesse nas redes”. Ou seja, ela não vive nas redes. Então, “a importância do ‘compartilhar'” não tem a ver com a vida da Clarice Lispector. Assim, deduz-se que a letra A é uma extrapolação.
A letra B fala “ao se exprimir com exatidão o pensamento”. Só que, no texto, o autor não diz que não consegue dizer o que pensa. A letra B é, na verdade, contrária ao que diz o texto, logo, está errada.
A letra C traz “quando o pensamento é traduzido em palavras”. Lá no texto, o recorte analisado nos leva a crer que o pensamento não é traduzido em palavras (“Não só não consigo dizer o que penso… “). A letra C tem o mesmo erro da letra B, ela contradiz o texto.
A alternativa D diz que “… nos iludimos ao crer que o que dizemos equivale ao que pensamos” e, de fato, existe esse pressuposto no texto.
Ora, se o autor diz “… o que penso passa a ser o que digo”, note que esse “passa a ser” é uma ilusão. É uma crítica às pessoas que acham que o que dizem são o que elas pensam.
A letra E diz: “o ‘pensar’ adquire valor”, assertiva errada. O “pensar” do texto tem uma conotação negativa, portanto, não apresenta essa conotação.
Gabarito: letra D.
Exercício de indução
FGV – TJCE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA TÉCNICO ADMINISTRATIVA – 2019
“Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento dos fatos, às vezes chega-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores”.
Indução é um processo lógico que parte do particular para o geral, como ocorre no seguinte raciocínio:
A) Todos os dias o metrô está cheio; hoje deve estar também;
B) Após as chuvas, as ruas ficam alagadas; hoje deve ter chovido durante toda a noite;
C) A torcida do Corinthians está presente em todos os jogos; domingo não deve ser diferente;
D) O estacionamento do restaurante está cheio de carros; o lucro desse restaurante deve ser alto;
E) Os carros brasileiros ainda mostram deficiências; o meu automóvel enguiçou ontem.
Comentários
A letra A traz uma dedução, ao contrário do que pede o enunciado que procura a alternativa com indução. É dedução, pois, vai do geral (todos os dias o metrô está cheio) ao específico particular (hoje deve estar também).
Na letra B, a conclusão é derivada da dedução, já que vai do geral (chuvas alagam as ruas) para algo específico (deve ter chovido toda a noite).
A letra C, também traz uma dedução, logo, não se trata da assertiva correta.
A letra D, por sua vez, traz uma indução, já que o específico (estacionamento cheio de carros) induz ao geral (lucro alto).
Finalmente, a letra E também se encaixa no processo dedutivo, já que o autor parte da generalização (os carros brasileiros têm problemas) para o seu detalhamento (meu carro enguiçou ontem).
Gabarito: letra D.
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Conclusão
Agora você já sabe a diferença entre dedução e indução!
Essas orientações são aplicáveis não somente em seleções para cargos públicos, mas em qualquer contexto profissional, ou não, que exija a capacidade de compreender princípios de inferência.
E se você quer absorver com sucesso este e outros conteúdos, lembre-se de que é fundamental contar com uma orientação de excelência e, de preferência, com especialistas qualificados. Na AF Cursos temos tudo o que você precisa!
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