As figuras de som são poderosos recursos de linguagem que intensificam a expressividade e o impacto das palavras ao envolver os sentidos. Elas atuam como uma “música” para o texto, criando ritmo, ênfase e emoção. Neste artigo, vamos explorar os principais tipos de figuras de som e como elas podem enriquecer a comunicação, seja em contextos literários, discursivos ou em provas de concurso.
O que são as figuras de som?
Antes de começar a ver na prática, é preciso ver a teoria: então, o que são as figuras de som?
De forma geral, as figuras de som, como falamos anteriormente, são recursos que exploram a sonoridade das palavras para gerar efeitos que chamam a atenção do leitor ou ouvinte, tornando o discurso mais envolvente. Sendo assim, podemos entender que o objetivo das figuras de som é criar um texto harmônico e interativo para o leitor.
Entre as figuras mais utilizadas, destacamos a aliteração, a assonância, a consonância, a dissonância, a onomatopeia e a eufonia/cacofonia. Mas calma, elas não são a mesma coisa. Na verdade, cada uma delas possui características e aplicações distintas. Entenda a seguir.
1. Aliteração e assonância
Começando pela aliteração, que é caracterizada pela repetição de sons consonantais em sequência, criando um ritmo específico. É importante frisar que esse recurso é frequentemente usado em poesia e canções, justamente por dar mais fluidez e reforçar ideias, como na frase “o rato roeu a roupa do rei de Roma”, na qual a repetição do “R” contribui para um efeito musical e “fixa” o ditado na cabeça das pessoas.
Já quando estamos falando de Assonância, focamos, por outro lado, na repetição de sons vocálicos. Dessa maneira, quando aplicado na prática, a assonância pode gerar uma sensação de harmonia ou, dependendo da combinação, um tom mais melancólico. Um exemplo dessa figura de som é o famoso verso de Camões: “Amor é fogo que arde sem se ver”, onde a repetição do som de “e” contribui para uma melodia melancólica e contemplativa.
2. Consonância e dissonância
Agora chegou a vez da consonância e da dissonância. Enquanto a aliteração e a assonância criam harmonia, a consonância reforça o som final de sílabas, com o objetivo de estar mais presente, dando mais força ao que está sendo falado. Por exemplo, na frase famosa em redes sociais como Twitter e Instagram, a “calma na alma” é um exemplo: o som “lma” ao final da palavra transmite uma ideia de paz e completude – que é justamente o objetivo da frase.
Em contrapartida, a dissonância quebra a harmonia com sons contrastantes ou desagradáveis. É por essa razão que quando aplicada na prática, ela é usada para gerar impacto e pode até causar desconforto, transmitindo ideias de conflito ou perturbação. Uma das pessoas que mais explorou a dissonância foi Shakespeare, em muitos de seus textos, para transmitir a tensão emocional dos personagens.
3. Onomatopeia e eufonia/Cacofonia
Agora é a vez da onomatopeia e da eufonia/cacofonia. Com certeza, a primeira você deve ter ouvido com muita frequência, principalmente na infância. Aliás, a nossa infância é rodeada de onomatopeia!
A onomatopeia é a figura que mais se destaca entre as figuras de som, já que ela é a responsável por imitar diretamente sons do ambiente, como “tic-tac” para o relógio ou “miau” para o miado de um gato. Além disso, ela vem justamente com o objetivo de aproximar o leitor do contexto, pois a onomatopeia adiciona uma dimensão quase visual à escrita. É como se fosse possível ver os sons.
Agora vamos falar sobre dois termos que, a priori, podem parecer iguais, mas na verdade são bem diferentes: eufonia e cacofonia. Sim, eles são recursos opostos. Mas vem que a gente te explica!
Enquanto a eufonia cria uma sequência sonora agradável, a cacofonia utiliza sons mais duros e, muitas vezes, desagradáveis. A escolha entre uma e outra figura depende do efeito que o autor quer criar. A eufonia, com seus sons suaves e melódicos, é ideal para textos poéticos e reflexivos, enquanto a cacofonia cria uma experiência de leitura mais impactante e carregada de intensidade emocional.
Mas como usar e aplicar as figuras de som?
Não é difícil ver na prática as figuras de som. Isso porque as figuras de som têm usos diversificados, e sua aplicação depende da intenção comunicativa. Elas são particularmente úteis para:
- Aprimorar a expressividade de textos literários: escritores usam figuras de som para evocar emoções e criar cenários sonoros que envolvem o leitor.
- Fortalecer o discurso: em discursos persuasivos ou publicitários, as figuras de som tornam a mensagem mais memorável, especialmente quando se usa aliteração e onomatopeia.
- Facilitar a memorização: em contextos educativos, como nos estudos para concursos, a sonoridade pode ajudar a fixar conteúdos, seja em uma frase de impacto ou em rimas para decorar conceitos. Conheça mais sobre as figuras de linguagem para concursos no artigo completo aqui.
- Enriquecer conteúdos de mídia: vídeos, por exemplo, fazem uso da onomatopeia e de efeitos sonoros para engajar o público, como mostram vários exemplos de desenhos animados, como Turma da Mônica, que explora recursos expressivos de linguagem quando, por exemplo, ela joga o coelho no Cebolinha.
Desse modo, podemos concluir que as figuras de som são instrumentos preciosos que permitem expressar emoções e ideias com maior profundidade e impacto. Ao explorá-las, você amplia suas possibilidades criativas, tornando seus textos mais marcantes e expressivos. Seja em um contexto literário, publicitário ou didático, essas figuras de linguagem têm o poder de transformar o som em um aliado essencial para envolver e impactar o público.
Pronto para explorar o poder da sonoridade na linguagem? Comece hoje mesmo a aplicar as figuras de som e eleve o impacto de sua comunicação!