Tempos, modos e flexões verbais… Afinal, o que tudo isso quer dizer?
Os verbos permeiam todos os momentos da vida: nascer, crescer, morrer, caminhar, pular, correr, sentir, usar, ser. Sua relevância é inquestionável e não poderia ser diferente em provas de concurso público.
O desafio surge com as diversas formas de conjugação verbal, que causam apreensão em muitas pessoas. Diante de tantas tabelas com todas as flexões possíveis, até mesmo quem está familiarizado com o assunto pode se sentir intimidado.
Entretanto, vale lembrar que com prática e um estudo dedicado, tudo se torna mais claro! Lembre-se: não é preciso saber tudo. Em concursos, ao lidar com verbos, concentre-se nos tópicos mais frequentemente solicitados.
Está pronto para embarcar nessa jornada de aprendizado? Então, prossiga com a leitura!
O que é verbo?
Para iniciar o estudo de tempos, modos e flexões verbais, nada melhor do que abordar o conceito básico de verbos.
Estes constituem uma classe gramatical responsável por expressar uma ação, um estado, um desejo ou um acontecimento, ou até um fenômeno natural, por isso essa classe é fundamental à nossa comunicação.
Os verbos flexionam-se em tempo, modo, número e pessoa, o que torna seu estudo complexo. Embora sejam muitos os elementos que constituem essa classe de palavras, a dedicação para estudá-la é necessária para alcançar a norma padrão de nossa língua.
Agora, vamos entender o que significa cada um dos elementos que compõem a estrutura de um verbo? Para isso, usaremos a forma verbal “falarão” como exemplo:
• Radical
O radical define o significado principal do verbo. Na conjugação de verbos regulares, é a parte que se mantém inalterável. Na conjugação de verbos irregulares, o radical, muitas vezes, sofre alterações.
No verbo amar, por exemplo, o radical é am-; no verbo estudar, o radical é estud-, no verbo fazer, o radical é faz-, no verbo ser, que é um verbo anômalo (com muitas irregularidades), o radical ora é s-, ora é f-, ora é er-.
Exemplo: -fal- (radical do verbo “falarão”)
• Vogal temática
É a vogal que define a conjugação do verbo:
• Os verbos com a vogal temática -a- pertencem à 1ª conjugação;
• Os verbos com a vogal temática -e- pertencem à 2ª conjugação;
• Os verbos com a vogal temática -i- pertencem à 3ª conjugação.
Exemplo: “falarão” possui vogal temática -a-, logo, pertence à 1ª conjugação.
• Tema
É a junção do radical com a vogal temática. As desinências verbais se juntam ao tema para possibilitar a flexão e conjugação verbal.
• Desinência modo-temporal
As desinências podem ser entendidas como as terminações dos verbos. Elas permitem a flexão verbal em modo, tempo, número e pessoa. As desinências modo-temporais indicam o modo e o tempo do verbo.
Exemplo: “falarão” -ra- (futuro do presente do indicativo)
• Desinência número-pessoal
Diferentemente do exemplo anterior, as desinências número-pessoais indicam o número e a pessoa verbal. Vale lembrar que nem todas as formas verbais apresentam vogal temática e desinências.
Exemplo: “falarão” -ão- (3ª pessoa do plural)
Para enriquecer ainda mais seus estudos sobre verbos, ao concluir a leitura, não deixe de retornar a este parágrafo e assistir ao vídeo sobre verbos defectivos, clicando aqui.
Tempos, modos e flexões verbais: modos (tipos e exemplos)
Chegou a hora de explorarmos de maneira abrangente e elucidativa os elementos essenciais da flexão verbal.
Temos certeza de que, ao longo dos próximos parágrafos, você será conduzido a compreender de forma clara e prática os diferentes aspectos dos verbos, com ênfase nos tempos e modos verbais.
Modo indicativo
O modo indicativo é aquele que traz segurança e certeza. Isso ficará mais claro quando analisarmos como o modo indicativo se manifesta em diferentes tempos.
Acompanhe os exemplos a seguir, nos quais apresentamos alguns truques que tornarão a conjugação verbal ainda mais fácil:
– No indicativo, toda vez que você tiver de conjugar o presente, coloque o “hoje” antes do verbo. Exemplos: hoje eu falo, tu falas, ele fala, nós falamos, vós falais, eles falam.
– Para conjugar o pretérito imperfeito, use, antes do verbo, o advérbio “antigamente”. Exemplos: antigamente eu falava, tu falavas, ele falava, nós falávamos, vós faláveis, eles falavam.
– Na conjugação do pretérito perfeito, use o “ontem” antes do verbo. Exemplos: ontem eu falei, tu falaste, ele falou, nós falamos, vós falastes, eles falaram.
– Quanto ao pretérito mais-que-perfeito, a dica é usar “outrora” antes do verbo, até porque isso vai ajudar a conjugar a desinência modo-temporal do pretérito mais-que-perfeito, a desinência -ra. Exemplos: outrora eu falara, tu falaras, ele falara, nós faláramos, vós faláreis, eles falaram.
– Para o futuro do presente, use o advérbio “amanhã” antes do verbo. Exemplos: amanhã eu falarei, tu falarás, ele falará, nós falaremos, vós falareis, eles falarão.
– No caso do futuro do pretérito, use o artifício de começar a frase falando “se eu fosse você, eu… “. Exemplos: Se eu fosse você, eu falaria, tu falarias, ele falaria, nós falaríamos, vó falaríeis, eles falariam.
Modo subjuntivo
É o modo que indica possibilidade, hipótese, incerteza. Nos exemplos a seguir, trouxemos alguns macetes que vão facilitar a conjugação verbal. Vejamos como o modo subjuntivo deve aparecer em alguns tempos:
– No presente do subjuntivo, use o “que” antes do verbo. Exemplos: que eu fale, tu fales, ele fale, nós falemos, vós faleis, eles falem.
– No pretérito imperfeito do subjuntivo, use o “se” antes do verbo. Exemplos: se eu falasse, tu falasses, ele falasse, nós falássemos, vós falásseis, eles falassem.
– No futuro do subjuntivo acrescente o “quando” antes do verbo. Exemplos: quando eu falar, tu falares, ele falar, nós falarmos, vós falardes, eles falarem.
Modo imperativo
O modo imperativo já revela muito em seu próprio nome: imperar, no sentido de mandar ou ordenar.
Ele expressa ideias de pedido, convite, súplica e é empregado para transmitir ações em que o receptor da mensagem recebe solicitações, sugestões, conselhos, avisos, orientações e diversas outras formas de indicação.
Os tempos verbais do modo imperativo se subdividem em:
– Afirmativo:
• Tu e vós: retiradas do presente do indicativo com a supressão do “S” final.
Exemplos: Fala (tu), falai (vós).
• Você, nós e vocês: retiradas do presente do subjuntivo sem alteração.
Exemplos: Fale (você), falemos (nós), falem (vocês).
– Negativo:
• Conjugação igual à do presente do subjuntivo, acrescentando-se a negativa antes da forma verbal.
Exemplos: Não fales tu, não fale você, não falemos nós, não faleis vós, não falem vocês.
Tempos, modos e flexões verbais: tempos (tipos e exemplos)
Chegou o momento de desvendar os tempos verbais. Cada um deles desempenha papéis específicos na expressão de eventos correntes, passados e futuros, conferindo maior precisão às orações. Vamos ao detalhamento?
Presente do indicativo
O presente do indicativo, por norma, desempenha diversas funções linguísticas, tais como denotar ações habituais, retratar o momento presente, evidenciar situações permanentes e destacar características inerentes a um sujeito ou verdades científicas de fatos.
Exemplo: Eu estudo todas as manhãs para me preparar para o exame.
Pretérito perfeito (simples e composto)
Dentro do modo indicativo, encontramos o pretérito perfeito, um dos seis tempos verbais disponíveis. Nessa construção, a ação verbal é contextualizada no passado. O pretérito perfeito apresenta duas formas distintas: a simples e a composta. Vamos a elas!
– Pretérito perfeito simples: envolve apenas um verbo e denota uma ação executada e finalizada no passado. Exemplo: Ela correu a maratona ontem à tarde.
– Pretérito perfeito composto: exige um verbo principal e outro auxiliar, indicando a repetição de uma ação passada até o momento presente. Exemplo: Tenho escutado muitas especulações.
Pretérito imperfeito
O pretérito imperfeito, por sua vez, retrata uma ação passada contínua. Entre outras palavras, nesse tempo verbal, temos a capacidade de transmitir a ideia de uma ação que ocorreu repetidas vezes no passado, sem mencionar seu término definitivo.
Exemplo: Ele estava assistindo TV quando o alarme tocou.
Pretérito mais-que-perfeito
O pretérito mais-que-perfeito é um tempo verbal que expressa uma ação passada distante ou ocorrida em um período indefinido.
Exemplo: Com muito entusiasmo, explicou que regressara aos estudos.
Futuro do presente (simples e composto)
O futuro do presente exprime um momento que ocorrerá no futuro em relação ao momento atual da fala. Ocorre nas seguintes situações:
• Transmitir certezas ou prováveis situações: “Brincarei com Sofia às 17h.”
• Demonstrar incertezas relativas ao presente: “A capacidade máxima permitida será de 3 pessoas.”
• Expressar um pedido ou ordem: “Não cobiçarás as conquistas alheias”
• Expor condição relativa a eventos prováveis: “Se desistir agora, perderá a corrida.”
• Trocar locuções verbais compostas pelo verbo “ir” (no presente) com o infinitivo do verbo principal: “Vamos comer muito juntos.” (“Comeremos muito.”)
Futuro do pretérito (simples e composto)
Mesmo trazendo “futuro” no nome, o futuro do pretérito descreve uma ação que poderia ter ocorrido no passado. Esse tempo verbal é utilizado para expressar uma ação que depende de uma condição anterior para acontecer e pode ser empregado em duas formas:
– Futuro do pretérito simples pode indicar:
• Eventos que não se concretizaram ou não vão: “Teríamos batido a meta se não fosse pela equipe pequena.”
• Expressão de surpresa: “Fecharam a empresa, quem diria?”
• Ações que ocorrem posteriormente ao momento abordado: “Terminados os prazos, revisaríamos as novas propostas de intervenção no caso.”
• Expressão cortês de um pedido ou desejo: “Gostaria de saber sua opinião, Márcia.”
• Demonstração de incerteza em relação a eventos do passado: “Quem seria aquele rapaz que nos chamou?”
– Futuro do pretérito composto pode indicar:
• Evento que ocorreria no passado com uma condição: “Se tivéssemos seguido o GPS, a viagem seria mais fácil.”
• Hipótese de um evento já ocorrido: “Com aquela beleza rara, Carmem teria sido uma grande modelo!”
Formação dos tempos simples
Você sabia que todos os tempos verbais simples são formados a partir de três tempos principais? São eles: o presente do indicativo, o pretérito perfeito do indicativo e o infinitivo impessoal.
Esses são chamados de primitivos, por corresponderem a tempos verbais já existentes no latim. Os restantes tempos verbais, criados a partir destes, são chamados de tempos derivados. Continue a leitura e confira os tempos primitivos e suas ramificações!
1 Tempo primitivo: Presente do indicativo.
1.1 Tempos derivados: Presente do subjuntivo, Imperativo negativo e Imperativo afirmativo.
2 Tempo primitivo: Pretérito perfeito do indicativo.
2.1 Tempos derivados: Pretérito mais-que-perfeito do indicativo, Futuro do subjuntivo e Pretérito imperfeito do subjuntivo.
3 Tempo primitivo: Infinitivo impessoal.
3.1 Tempos derivados: Infinitivo pessoal, Futuro do presente e Futuro do pretérito.
Formação dos tempos compostos
Os tempos compostos são formados pela combinação dos verbos auxiliares “TER” ou “HAVER” mais particípio. Geralmente, o verbo auxiliar é quem determina o nome do tempo composto.
Abaixo, apresentamos alguns exemplos para melhor compreensão:
• Tempo composto no indicativo:
Terei falado. (futuro do presente composto)
Teria falado. (futuro do pretérito composto)
Ter falado. (infinito composto)
Tendo falado. (gerúndio composto)
No entanto, merecem atenção especial duas formas:
1. Pretérito perfeito composto do indicativo: verbo auxiliar no presente mais o particípio. Indica a repetição ou continuidade de um fato iniciado no passado até o presente.
Exemplos: Tem falado, tenho contado…
2. Pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo: verbo auxiliar no imperfeito mais particípio. É empregado como o simples, para expressar um fato já concluído antes de outro também
no passado.
Exemplos: Tinha falado, havia falado, tinha contado…
Observe que, nessas formas, o nome do tempo composto não corresponde ao verbo auxiliar. Em concursos, quando se trata de tempo composto, esses são os tempos mais solicitados.
• Tempo composto no subjuntivo:
Tiver falado. (futuro composto)
Tempos, modos e flexões verbais: o que mais estudar?
Para ter um bom desempenho em concursos, o estudo dos verbos não pode ser negligenciado.
Aprofundar-se nos tempos, modos e flexões verbais é fundamental, assim como dominar os outros conceitos que envolvem a temática – a exemplo de transitividade e predicação verbal.
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Conclusão
Agora que você já domina tempos, modos e flexões verbais, saiba que esse é o primeiro passo rumo à sua aprovação!
A releitura cuidadosa deste artigo e a prática na resolução de questões de concurso relacionadas ao tema proporcionarão um direcionamento sólido para seus estudos, resultado de um plano estratégico eficiente que favorece o aprendizado do conteúdo.
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